INVESTIGADORES
CUARTEROLO Andrea Laura
capítulos de libros
Título:
O cinema histórico argentino durante o período silencioso dois modelos estéticos e ideológicos em disputa
Autor/es:
ANDREA CUARTEROLO
Libro:
Cinema e História: circularidades, arquivos e experiência estética
Editorial:
Editora Sulina
Referencias:
Lugar: San Pablo; Año: 2017; p. 119 - 159
Resumen:
O cinema de ficção nasceu na Argentina sob a euforia patriótica do primeiro centenárioda Revolução de Maio diante danecessidade de se representarem os processos fundacionais das históriasnacionais com meios que excediam aqueles do cinema de atualidades. Noentanto, se no aspecto temático o primeiro cinema de ficção argentino encontroua sua fonte de inspiração na tradição nacional, as fontes estéticas enarrativas destas primeiras películas provinham, como seus criadores, do VelhoContinente. No intento de salvar a sétima arte de seu passado plebeu de atraçãode feira ou espetáculo burlesco, na França fazia furor ochamado film d?art que pretendia hierarquizar o cinema, acercando-o das artes entãolegitimadas. Assim, nessaprimeira etapa, a nascente cinematografia argentina desempenhou primordialmente umafunção educacional e um suporte de identidade, e o cinema europeu serviu comomodelo estético e legitimador. Com a chegada da Primeira GuerraMundial e o declínio da importação da, até então, hegemônica produção fílmicaeuropeia, o cinema norte-americano irrompeu com força na Argentina e o mercadofoi ocupado pelas majorsnorte-americanas que, encabeçadas pela Fox, começaram a se instalar em BuenosAires a partir de 1916. Este novo panorama selou o destino das películas enrijecidase declamatórias surgidas no seio do filmd?art francês, e o cinema estadunidense, tomado pela crítica como maisrealista e dinâmico, se impôs definitivamente como o novo paradigma. . O cinema nacional adotou,então, um espírito renovado e internacionalista, uma sorte de ?nacionalismouniversal? regido por imperativos comerciais, e no qual o espetáculo se impôscomo verossímil, em detrimento dos símbolos identitários e do realismo histórico.A partir de uma análise dos principais representantes de ambas ascorrentes na Argentina - Max Gallo e Mario Glücksmann de um lado e Julian deAjuria por otro- en neste trabalho estudamos a luta entre esses modelos que teve seu ponto culminante em 1915,quando ambos se enfrentaram de forma concreta nos cartazes dos cinemas, atravésde duas películas que buscavam impor sua própria visão estética, mas tambémideológica, sobre o cinema e a história nacional.