Conflitos ambientais e construção/apropriação histórica de territórios rurais de classes populares na região sul de Minas gerais (projeto de pesquisa).

LUCAS HENRIQUE PINTO, EDER JURANDIR CARNEIRO

Sao Joao del Rei

Congreso; VII Congresso de Producao Cientifica da UFSJ; 2008

UFSJ

Resumo:Introdução: a presente proposta de estudo se insere nos marcos das pesquisas já desenvolvidas por nós, no âmbito do núcleo de investigação em justiça ambiental (NINJA), que tem de forma geral o intuito de construir os conflitos ambientais, (que se dão nas distintas formas de apropriação, apreensão e uso dos territórios em disputa), enquanto objeto teórico e empírico de estudo. Os conflitos se configuram nas ações de atores que atuam em distintas esferas como: movimento social, classe empresarial e de representação politico-institucional, que disputam no plano legal e simbólico os direitos a distintas formas de uso dos ambientais socialmente construídos (territórios). O que se pretende com essa hipótese de pesquisa é (re)construir o processo histórico de construção ( através dos conflitos) dos territórios rurais na região sul  de Minas gerais, tendo como objeto analítico de estudo os movimentos sociais mais representativos da região, seu contexto histórico econômico de surgimento e sua inserção na construção  dos  territórios estudados.A escolha da região sul se da pela sua efetiva importância econômica para o estado de Minas gerais (e também nacional), sendo um importante elo geográfico-econômico- político- entre duas importantes unidades da federação (Minas e São Paulo). Além do fato de sua representatividade econômica e política serem fundamentadas, principalmente, na economia rural, com grandes plantações de café e outros tipos de “commodities” o que gera, por conseguinte grandes latifúndios e grande massa de produtores sem terra e/ou comunidades originárias desposadas.Metodologia: a metodologia usada será do tipo “qualitativo” onde serão realizadas as seguintes atividades: busca seleção e análise de bibliografia sobre conflitos ambientais, movimentos sociais e questão agrária em Minas gerais; levantamento e análise de documentos, relatos e material de divulgação produzidos pelos movimentos sociais e orgãos públicos vinculados a questão agraria em Minas gerais, entrevistas semi-estruturadas com representantes de movimentos sociais e representantes de diferentes organismos governamentais vinculados a questão agrária no estado.Resultados; Se espera assim identificar a trajetória de luta e os mecanismos que historicamente geram os conflitos ambientais na construção de territórios rurais na região sul do estado, as formas de manejo e enfrentamento das populações originárias (indígena, quilombolas), em conjunto a camponeses pobres, desempregados migrados dos centros urbanos, a partir do estudo dos movimentos que os representam a nível nacional e internacional (via campesina). A influência internacional da política neoliberal através das produções de “commodities” para exportação e a reorganização territorial passada e hodierna, embasada na necessidade de se produzir estes tipos de monoculturas por exigências especiais e espaciais do mercado local e mundial.Conclusão: é necessária uma (re)construção histórica das formas de apropriação e construção dos territórios que leve em consideração as percepção e o importante papel que  atores sociais historicamente rechaçados dos processos de “desenvolvimento” econômico tiveram e tem nos processos de formação, do que veio a ser chamado de região sul do estado de minas gerais. E como esse processo é reiteradamente marcado pelo que a literatura pertinente chama de “injustiça ambiental”.Palavras-chave; territórios, movimentos sociais, história econômica de minas, justiça ambiental.Agência financiadora; Não Há.