Uma filogenia revisada das aranhas-espinhosas neotropicais (Araneidae: Micrathena)

FABRÍCIO R SANTOS; MAGALHAES, I.L.F.; ADALBERTO J. SANTOS; CARVALHO, LEONARDO S.; TEOFÂNIA H D A VIDIGAL

Congreso; V Congresso Latino-Americano de Aracnologia; 2017

Com diversas espécies coloridas e possuindo variados formatos de abdomen, Micrathena é provavelmente um dos gêneros de aranhas neotropicais mais carismáticos. Mais importantes são sua alta riqueza (117 espécies conhecidas) e ampla distribuição (Estados Unidos à Argentina), que as tornam modelos interessantes para estudar a biogeografia do Novo Mundo. Embora o gênero seja bem conhecido do ponto de vista taxonômico e as relações filogenéticas entre seus grupos de espécies tenham sido estudadas, ainda não existe uma hipótese filogenética densamente amostrada em nível de espécies. Nosso objetivo foi reestimar a filogenia de Micrathena aumentando a amostragem de táxons, revisando caracteres morfológicos previamente propostos e agregando sequências de DNA como fonte de caracteres. Sequenciamos 67 espécies de Micrathena para até quatro marcadores moleculares (COI, 28S, H3 e ITS); a estas, somamos 14 espécies para as quais apenas pudemos coletar dados de morfologia, totalizando 81 espécies analisadas (69% da diversidade conhecida). Os resultados das análises baseadas em evidência total são amplamente congruentes com a hipótese filogenética prévia, e corroboram o monofiletismo do gênero e da maioria dos seus grupos de espécies. As diferenças mais importantes são o polifiletismo do grupo guerini e a inclusão de Micrathena swainsoni no grupo triangularispinosa. Uma otimização das áreas ancestrais de distribuição baseada em parcimônia revelou que o gênero se diversificou principalmente nas florestas do norte da América do Sul (Amazônia, Chocó e bosques andinos), com ao menos sete eventos de colonização das Américas Central e do Norte, quatro eventos de colonização das Grandes Antilhas, e nove eventos de colonização da Mata Atlântica.