INVESTIGADORES
CHERNIAVSKY Axel Damian
congresos y reuniones científicas
Título:
Como expressar o espírito? Derivas do problema da metáfora em alguns leitores de Bergson: Machado, Ricœur, Deleuze
Autor/es:
AXEL CHERNIAVSKY
Lugar:
Rio de Janeiro
Reunión:
Congreso; Coloquio Internacional Henri Bergson; 2007
Institución organizadora:
Universidad del Estado de Río de Janeiro y la Universidad de París 8
Resumen:
Muitos comentadores notaram a predileção do discurso bergsoniano pela metáfora: Édouard Le Roy e Jean-Louis Vieillard Baron, para citar um contemporâneo a Bergson e um contemporâneo nosso. Merleau-Ponty inclusive faz dela o objeto de uma crítica, a que acusa Bergson de poeta. Com efeito, o fenomenólogo substitui a intuição, que julga demasiado mística, por uma intencionalidade que nos leva às coisas mesmas, e uma prosa, que lhe parece demasiado literária, por um discurso racional e crítico. O assunto é coerente se nos remetemos às análises de Ricœur em A metáfora viva. Após estabelecer que a metáfora significa sob a forma de “ser como”, ou seja, que significa ao mesmo tempo “é e não é”, ele se pergunta, no oitavo estudo, qual é a ontologia implicada por esta figura. E responde que esta ontologia deve ser dinâmica. A metáfora significa “as coisas em ato”, as coisas como ações, como “não impedidas de advir”, como “explosões naturais”. Sempre em termos muito bergsonianos afirma: “a expressão viva é a que diz a experiência viva.” Exemplifica sua proposta com Heidegger, mas poderia tê-lo feito com Bergson. De fato, é John Mullarkey quem o faz, quando escreve que a metáfora, por sua própria variação, imita o dinamismo da natureza. Pois bem, o próprio Ricœur  assinala que a preocupação em  marcar a diferença entre a metáfora e a analogia constitui um  traço característico do discurso especulativo. Por outro lado, quando tenta caracterizar um certo estilo hermenêutico, o situa na intersecção de duas correntes, a do metafórico e a do especulativo, desejoso de conservar o poder da metáfora para dizer o vivido, é certo, mas  sem querer renunciar à claridade do conceito. Ricœur também contribui interrogando a metáfora para determinar se verdadeiramente é ela a figura mais adequada para significar a durée e, mais amplamente, para expressar todo “empirismo verdadeiro”, toda filosofia que, ainda que postule uma ordem distinta por natureza daquela da matéria, realiza o esforço para conferi-la o máximo de consistência, de tangibilidade. Mas, para além de Ricœur, podemos perguntar-nos também se a relação entre esta ordem e  o discurso é uma relação de significação ou de imitação, na qual o espírito seria o objeto, por mais movente que seja, da palavra.