INVESTIGADORES
TORRES Fernanda Valeria
artículos
Título:
Movimentos socioterritoriais em perspectiva comparada
Autor/es:
SAM HALVORSEN; BERNARDO MANÇANO FERNANDES; FERNANDA TORRES
Revista:
Revista NERA
Editorial:
UNESP
Referencias:
Lugar: Presidente Prudente; Año: 2021 vol. 24 p. 24 - 53
ISSN:
1806-6755
Resumen:
Por que o espaço e o território são importantes para os movimentos sociais e como eles os produzem? Apesar da sempre aparente centralidade do espaço e do território, mediado e apropriado pelos movimentos sociais em todo o mundo (por exemplo: acampamentos, protestos, ocupações de terra, resistências indígenas, ocupações de terrenos e edifícios em áreas urbanas, organização de bairro e lutas por questões ambientais, pela educação, saúde, alimentos e outras políticas públicas, ativismos de mulheres, LGBTQIA+, feministas, estudantes, etc.), tem havido uma surpreendente falta de atenção a esta questão por estudiosos e estudiosas de várias áreas do conhecimento, por exemplo, geógrafos anglófonos. Este artigo avança na reflexão sobre as ações dos movimentos socioterritoriais como uma categoria analítica que tem como objetivocentral analisar a mediação do espaço e apropriação do território. Contrastamos os conceitos de movimento socioterritorial, movimento social e movimento socioespacial em quatro eixos de análise. Primeiro, como o espaço e o território são produzidos como estratégia central para a realização dos objetivos de um movimento. Em segundo lugar, o espaço e o território produzem as identidades dos movimentos, em suas ações, gerando novas subjetividades políticas. Terceiro, espaço e território são lugares de socialização política que produzem novos valores e mudam conjunturas. Quarto, por meio de processos de territorialização, desterritorialização e reterritorialização, os movimentos podem criar novas instituições. Esses eixos são posteriormente elaborados por meio da análise comparativa de dois estudos de caso: o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra, movimento camponês organizado em todas as regiões do Brasil, e a Organização de Bairro Tupac Amaru, um movimento urbano do noroeste da Argentina. A comparação é feita como um modo expansivo de análise para abrir o conceito de movimento socioterritorial e indicar potenciais linhas de investigação para estudos.