BECAS
IZQUIERDO Juliana VerÓnica
congresos y reuniones científicas
Título:
Dinâmica de secreção de néctar e efeito de remoções sucessivas nos distintos tipos de nectários de Tocoyena formosa (Rubiaceae)
Autor/es:
JULIANA V. IZQUIERDO; JOÃO V. ALCANTARA; EDUARDO DAL FARRA; LEANDRO HACHUY FILHO; FELIPE W. AMORIM
Lugar:
Catalão
Reunión:
Simposio; II Simpoósio Brasileiro de Polinização; 2016
Resumen:
INTRODUÇÃONectários são glândulas especializadas na secreção de néctar presentes em diferentes órgãos vegetais e possuem diversas funções para sobrevivência e reprodução das plantas. Na família Rubiaceae os nectários florais nupciais podem originar nectários extraflorais com função extranupcial. Esses nectários se originam após a queda da corola, tanto de flores não polinizadas, originando nectários pós-florais (NPFs), como em flores polinizadas, originando os nectários pós-florais pericarpiais (NPPs) [1]. Tais nectários comumente atraem formigas, que podem conferir proteção às plantas contra ação de herbívoros. Entretanto, a dinâmica de secreção de néctar e o efeito de sua remoção pelas formigas, ainda é pouco conhecido. Assim, o objetivo do trabalho foi testar se as interações entre nectários pós-florais e formigas afetam o padrão de secreção do néctar em Tocoyena formosa (Rubiaceae), além de caracterizar a dinâmica de secreção do néctar nos distintos tipos de nectários da espécie.METODOLOGIAO estudo foi realizado em uma área de Cerrado no centro-oeste paulista. A dinâmica de secreção do néctar e o efeito das remoções foram analisados durante um período de 24h em intervalos de 2h, para os nectários florais (NFs), e de 4h para os nectários NPFs e NPPs. Os NPPs foram divididos em três grupos de acordo com a ontogenia de desenvolvimento dos frutos: inicial, intermediário e final. As flores e nectários foram isolados com sacos de organza de náilon, e em cada intervalo o néctar foi removido com microcapilares de vidro e a concentração aferida com refratômetro manual. Os nectários foram recobertos, permitindo assim o acúmulo do néctar até a próxima medição, na qual foi medido um novo conjunto de flores ou nectários. A resposta dos nectários às sucessivas remoções foi avaliada através de múltiplas remoções experimentais seguindo a metodologia de Galetto & Bernardello [2].Para entender a dinâmica de secreção do néctar e testar o efeito das remoções experimentais sobre a produção de açúcar em cada grupo de nectários, nós analisamos as diferenças entre os conjuntos de flores e nectários analisados através do teste de Kruskal-Wallis, seguido do teste a posteriori de Dunn.RESULTADOS E DISCUSSÃOAlém dos NFs, NPFs e NPFPs, T. formosa também produz um tipo especial de nectário derivado do aborto das corolas em botões florais em fase inicial de desenvolvimento. Por se tratar de um novo tipo de nectário ainda não descrito na literatura, nós o denominamos de nectário pré-floral (NpF). Os NpFs produzem em média 1.67±1.08 µL de néctar com 65.5±2.12 % e 1.43±0.86 mg de concentração e massa de açúcares, respectivamente. A presença dos NpFs permite o recrutamento de formigas antes do início da floração, o que possivelmente deve ter um papel importante na proteção de folhas e botões florais contra a ação de herbívoros, e consequentemente ter um efeito positivo sobre a reprodução da espécie. Análises futuras nos permitirão quantificar o efeito da atração das formigas sobre a herbivoria foliar de T. formosa.Apenas os NPPs(inicial) apresentaram um pico de secreção do néctar (H=12.71, p=0.047), que ocorreu no final da tarde/início da noite. Nos demais tipos de nectários, incluindo os florais, a secreção de néctar apresentou um único pulso, que permaneceu constante ao logo do período de observação. A produção de néctar nos NPPs(final), por sua vez, foi bastante reduzida.CONCLUSÕESUm estudo prévio na mesma população de T. formosa sugere que formigas podem ser pouco efetivas na proteção dos frutos e sementes em desenvolvimento. Entretanto, a maior produção de néctar nos NPP(iniciais) pode estar relacionada com o período de maior vulnerabilidade dos frutos a ação de herbívoros, similarmente ao observado em outra espécie de Rubiaceae [3] proximamente relacionada a T. formosa.