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A caracterização física e química dos materiais que compõem as estruturas das construções históricas com terra é uma tarefa que vem sendo empreendida visando vários objetivos, como o esclarecimento das práticas construtivas originais e a obtenção de informações que embasem os processos de conservação. Entre as possíveis abordagens, as técnicas termoanalíticas foram, até hoje, relativamente pouco exploradas apesar de várias vantagens inerentes ao seu princípio de funcionamento. Nesse trabalho, o objetivo é mostrar as potencialidades de tais técnicas como ferramenta de caracterização de materiais construtivos a base de terra. Em particular, serão apresentados os resultados obtidos por meio da análise termogravimétrica (TGA) na caracterização de solo de cupinzeiro, um substrato proposto para a realização de ações de restauro de argamassas de revestimento de construções históricas com terra no Vale Histórico Paulista no Brasil. Os ensaios foram realizados com amostras de terra de montículos de cupins coletadas na região rural de S. José do Barreiro, no distrito hoje comumente denominado de Vale Histórico Paulista, com construções do século XIX. As análises foram realizadas após moagem simples de alíquotas de 1-2 g de amostras e transferência de massas da ordem de miligramas em cadinhos de platina (análise sob oxigênio com aquecimento até 800 oC). Os resultados obtidos permitiram avaliar quantitativamente a presença de matéria orgânica presente nessas bioestruturas e estimar o ganho com relação ao solo nas imediações dos montículos. Indicativos mostram haver MO relativamente estável do ponto de vista químico e distinta do material altamente refratário gerado por processos microbiológicos. As mesmas curvas oferecem dados quantitativos interessantes sobre a presença da caulinita que, nessa região, é um dos mais abundantes argilo-minerais presentes no solo e nos materiais construtivos.

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