PAPEL DAS CERDAS BUCAIS DE CARANGUEJOS UCA LEACH, 1814 NA EXTRAÇÃO DE ALIMENTO

COLPO KARINE; NEGREIROS-FRANSOZO MARIA LUCIA

VITÓRIA - ES - BRASIL

Congreso; II CONGRESSO BRASILEIRO DE OCEANOGRAFIA; 2005

O segundo maxilípede apresenta maior variabilidade morfológica entre os apêndices bucais. Omero deste apêndice apresenta cerdas especializadas (com a extremidade em forma de colher), as quais variam em quantidade e forma de uma espécie de Uca para outra. A literatura indica que caranguejos chama-maré com muitas cerdas especializadas estão mais aptos a separar o alimento de uma fração mineral mais grosseira, do que aqueles que apresentam um número reduzido dessas cerdas e se alimentam, preferencialmente, em substratos mais lodosos.Neste trabalho avaliou-se o grau de seletividade do conjunto de cerdas do mero dos segundosmaxilípedes de Uca burgersi, U. leptodactyla, U. rapax, U. thayeri e U. vocator, quando as mesmas se alimentaram em três tipos diferentes de substrato.Os três substratos (‘A’, ‘B’ e ‘C’) foram coletados e caracterizados quanto à composição granulométrica (figura 1). Nove tanques experimentais foram preenchidos com tais sedimentos, sendo três tanques para cada tipo de substrato. As espécies foram tratadas individualmente. No laboratório, determinou-se acomposição granulométrica dos “pellets” de cada espécie. O conteúdo estomacal dos caranguejos foi observado sob microscópio estereoscópico e o diâmetro das partículas minerais foi medido e comparado entre os caranguejos de uma mesma espécie que se alimentaram nos diferentes tipos de substratos (teste não paramétrico Kruskal-Wallis, a = 0,05).O tamanho dos grãos de sedimento não é o principal determinante da distribuição ecológica das espécies de Uca. Portanto, a importância dada à textura do sedimento, associada à composição de cerdasno mero dos segundos maxilípedes de cada espécie de Uca deve ser reconsiderada.