INVESTIGADORES
DELEVATI COLPO Karine
congresos y reuniones científicas
Título:
IMPACTO DA LAVOURA DE ARROZ IRRIGADO À BIODIVERSIDADE DOS AMBIENTES AQUÁTICOS ADJACENTES
Autor/es:
BRASIL MARISA; COLPO KARINE
Lugar:
CURITIBA - PR - BRASIL
Reunión:
Congreso; XXVII CONGRESSO BRASILEIRO DE ZOOLOGIA; 2008
Resumen:
O Estado do Rio Grande do Sul produz a maioria do arroz que é consumido no Brasil. Estaelevada produção requer, muitas vezes, adubação e uso de defensivos agrícolas. Acreditaseque tais produtos ou seus metabólitos podem ser carregados para outros ambientes,por meio da água que é drenada da lavoura, contaminando-os. Portanto, iniciou-se umestudo para avaliar as conseqüências da lavoura de arroz irrigado aos ambientessubseqüentes, utilizando macroinvertebrados como bioindicadores. Este estudo foiconduzido na Estação Experimental do Arroz, do Instituto Rio Grandense do Arroz, emCachoeirinha (RS), na safra de 2006/2007. A comunidade de macroinvertebradosbentônicos foi amostrada na fonte de irrigação da lavoura (Rio Gravataí) e no receptor deseus efluentes (canal de drenagem), durante o período da referida safra. Em cada localforam coletadas 18 amostras, utilizando um corer de 78,54cm2. Adicionalmente, o teor deO2 dissolvido na água foi registrado em cada ponto. O material obtido foi filtrado em umapeneira com malha de 0,05 mm, fixados, triados e identificados sob estereomicroscópio. Osparâmetros ecológicos de abundância, riqueza e biodiversidade (índice de Shannon – H’)foram avaliados e comparados entre os pontos amostrados por meio do teste nãoparamétrico de Mann- Whitney (α = 0,05). No Rio Gravataí, Oligochaeta foi o táxonpredominante, já no canal de drenagem Nematoda, Hyrudinea, Sphaeriidae e Planorbidaetambém foram registrados. No rio, a abundância (6,37) e a riqueza (0,5) demacroinvertebrados foram menores que no canal de drenagem (1508,78 e 6,0,respectivamente) (p<0,0001). A diversidade também foi menor no rio (H’=0,0000023) queno canal de drenagem (H’=1,1064) (p<0,0001). A quantidade de O2 dissolvido na água doRio Gravataí (0,35 mg O2 L-1) foi menor do que no canal de drenagem (2,50 mg O2 L- 1)(Mann-Whitney, p = 0,0054). A depleção de oxigênio do Rio Gravataí pode ser resultanteda excessiva descarga de resíduos orgânicos decorrentes da zona urbana e industrial daregião metropolitana de Porto Alegre. Tal característica implica em condições adversas parao estabelecimento de macroinvertebrados no rio. Já no canal de drenagem, a comunidadebentônica apresentou-se mais rica e diversa. Com este resultado, infere-se que a lavourade arroz irrigado pode atuar como bioacumuladora, filtrando e melhorando a qualidade daágua que passa por ela, favorecendo o estabelecimento de animais em áreassubseqüentes. Portanto, sugere-se que esta atividade agrícola, apesar de utilizaragroquímicos, podem ter conseqüências menos agressivas ao meio ambiente do que asgrandes concentrações humanas.