INVESTIGADORES
SERBENT MarÍa Pilar
congresos y reuniones científicas
Título:
Avaliação do crescimento micelial de fungos basidiomicetos em meio contendo o herbicida 2,4-D
Autor/es:
SERBENT, M.P.; REBELO, A.M.; HELM, C.V.; GIONGO, A.; TAVARES, L.B.B.
Lugar:
Porto Alegre
Reunión:
Simposio; X Simpósio Brasileiro de Microbiologia Aplicada / IV Encontro Latino-Americano de Microbiologia Aplicada; 2017
Institución organizadora:
Programa de Pós-graduação em Microbiologia Agrícola e do Ambiente (PPGMAA) da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)
Resumen:
No manejo agrícola, o destino de efluentes contendo agrotóxicos deve ser adequadamente conduzido para evitar a contaminação ambiental. Dentre os agrotóxicos, o ácido diclorofenoxiacético (2,4-D) constitui um dos herbicidas mais comumente utilizados para o controle de ervas daninhas. Os fungos da podridão branca são reconhecidos pela possibilidade de degradar uma vasta gama de moléculas devido a sua capacidade enzimática. Neste contexto, avaliou-se a tolerância de 13 fungos basidiomicetos ao herbicida 2,4-D quanto a habilidade dos mesmos em crescer em meio sólido com batata dextrose ágar adicionado com 100 µL de uma solução comercial deste herbicida (806 g. L-1), empregando a técnica de cup plate para verificar a tolerância ao herbicida. Para isto, foi adicionado um disco micelial de 5 mm de diâmetro, de cada fungo, no centro de placas com e sem prévia aplicação de herbicida 2,4-D (controle negativo). As placas foram incubadas a 28-30 °C por 14 dias. Após esse período, medições do diâmetro micelial central de única posição foram realizadas com paquímetro. Para as espécies Pleurotus pulmonarius, Pleurotus djamor, Lentinus strigellus, Agaricus sp. e Lentinula edodes observou-se crescimento micelial radial em todas as placas em presença de 2,4-D, mostrando tolerância frente a este herbicida. Para todas as espécies testadas, o crescimento micelial foi superior na ausência de herbicida (teste controle). As espécies Ganoderma lipsiense, Ganoderma lucidum, Ganoderma applanatum, Inonotus splitgerberi, Tyromyces pulcherrimus, Phellinus linteus, Macrocybes sp. e Agaricus brasilensis não apresentaram crescimento micelial, indicando resposta negativa ao teste de tolerância ao 2,4-D. A tolerância a diferentes agrotóxicos já foi observada em vários gêneros de basidiomicetos. Esses fungos são capazes de degradar eficientemente compostos aromáticos, uma vez que apresentam um complexo enzimático não específico com atividade oxidativa contra uma grande variedade de substâncias tóxicas e recalcitrantes que lhes permite aplicações como biorremediação de solos contaminados. Mas, o conhecimento da capacidade de fungos basidiomicetos de podridão branca para degradar resíduos de 2,4 D presentes no ambiente, ainda é limitado e, nesse sentido, os resultados aqui apresentados representam um avanço em vias de alternativas de tratamento. Visando avaliar a degradação ao 2,4-D, a continuação dos trabalhos incluirá ensaios nos quais os cinco fungos selecionados pela sua tolerância ao 2,4-D serão cultivados em meio líquido contendo este herbicida. O acompanhamento das concentrações do herbicida e seus subprodutos via espectrometria de massas, assim como a produção e atividade enzimática ao longo do tempo de cultivo dos fungos, permitirá avançar no conhecimento sobre o papel dos basidiomicetos de podridão branca na degradação de resíduos deste composto.