BECAS
ENTRINGER JÚNIOR Hilton
congresos y reuniones científicas
Título:
Uso de bromélias (Liliopsida: Bromeliaceae) por libélulas (Insecta: Odonata) no Brasil
Autor/es:
HILTON ENTRINGER JÚNIOR; RENAN GOMÊS MACEDO; ANA CAROLINA SRBEK-ARAUJO
Reunión:
Simposio; II Simpósio Fluminense de Zoologia; 2021
Resumen:
As libélulas são predadores cujas ninfas se desenvolvem em ambiente aquático. Embora a reprodução de muitas espécies ocorra em lagos e rios, algumas se reproduzem em fitotelmos formados pela deposição de água da chuva em estruturas vegetais, como troncos e folhas. Fitotelmos associados a bromélias são comuns na região Neotropical e podem representar sistemas complexos nos quais as ninfas de Odonata são predadores de topo, contribuindo para o controle de populações de diferentes espécies. Considerando sua importância ecológica, esse trabalho objetivou realizar uma revisão sobre o uso de bromélias por libélulas no Brasil. A busca pelos estudos foi realizada no Google Acadêmico usando as palavras-chave “Brazil”, “Bromeliaceae” e “Odonata”. As páginas de resultados foram vistoriadas até não apresentarem trabalhos relacionados ao tema pesquisado. Informações referentes ao ano de publicação, local do estudo, espécies de Odonata e de bromélia foram coletadas. Foram selecionados 45 estudos, publicados entre 1978 e 2021, tendo sido observado crescente interesse no tema ao longo do tempo (rs=0,719; t=6,719; p=0,000; 45 pares). Os trabalhos foram realizados no RJ (15 estudos; 31,9%), SP (10; 21,3%), AM (5; 10,6%), SC (5; 10,6%), ES (3; 6,4%), BA, MG, PR, RN (2; 4,3% cada) e MS (1; 2,1%). Em dois casos, o mesmo estudo abordou dois estados. Considerando os trabalhos que identificaram gêneros e espécies de libélulas (n=26), o gênero Leptagrion foi o mais citado (n=20) e o que teve maior número de espécies (L. acutum=1 estudo; L. afonsoi=1; L. andromache=7; L. beebeanum=2; L. bocainense=1; L. dispar=1; L. elongatum=1; L. macrurum=2; L. perlongum=1; Lepitagrion sp.=3). Também foram identificadas as espécies Bromeliagrion rehni (3 estudos), Mecistogaster linearis (1) e Roppaneura beckeri (2). Em 21 estudos, as libélulas foram identificadas apenas a nível de ordem (11 estudos), subordem (Anisoptera=1; Zygoptera=5) ou família (Coenagrionidae=7; Dicteriadidae=1; Gomphidae=1; Libellulidae=1; Megapodagrionidae=1; Pseudostigmatidae=1). Com relação às bromélias, foram identificados 10 gêneros, sendo Aechmea e Vriesea os mais citados (10 estudos cada). Foram citadas 20 espécies, sendo Quesnelia arvensis (n=5), Vriesea friburguensis (n=3) e Neoregelia cruenta (n=3) as mais frequentes. Os gêneros de bromélias citados estão entre os mais ameaçados em algumas regiões do Brasil, o que ressalta que a conservação de diferentes espécies de libélulas pode depender daconservação dessas plantas. Para espécies de libélulas cuja reprodução é especializada em bromélias, como alguns representantes de Leptagrion e, possivelmente, todas as espécies de Bromeliagrion, a perda do hábitat reprodutivo pode representar uma ameaça ainda mais importante.