Repensando as relações sociais a partir das práticas alimentares. O caso dos grupos foqueiros (Islas Shetland del Sur- siglo XIX).

MARÍA JIMENA CRUZ

São Paulo

Encuentro; Ciclo de debates em Arqueologia Histórica; 2012

Universidade de São Paulo

No presente trabalho procuro expor meu projeto de pesquisa que está sendo desenvolvido no mestrado em antropologia com orientação em arqueologia histórica na Universidade Federal de Minas Gerais. Esta pesquisa faz parte do projeto trinacional de Arqueologia Histórica Antártica. O mesmo é realizado pelo Brasil, Argentina e Chile e tem como um dos objetivos conhecer como foi o processo de incorporação de um continente inexplorado e não habitado como o antártico à logica de exploração capitalista. No Brasil, o projeto está sob a coordenação do doutor A. Zarankin, e suas atividades são desenvolvidas no Laboratório de Estudos Antárticos em Ciências Humanas (LEACH) da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).Assim, meu trabalho se propõe abrir uma nova linha de discussão no âmbito do projeto mencionado, a partir da discussão das práticas de consumo de alimentos. Considerando essas práticas analiso as viagens foqueiras feitas no século XIX em procura de couros e óleo de lobos e elefantes marinhos. As mesmas implicaram diferentes tipos de relações sociais entre as pessoas que faziam parte delas. O objetivo é desenvolver uma análise da organização social entre os grupos foqueiros através das suas práticas alimentares. Desta maneira, procuro discutir como se negociaram as posições sociais e identidades entre os indivíduos que formaram parte das viagens foqueiras. Considero que é a partir das práticas cotidianas que os indivíduos negociam seu lugar dentro de um grupo determinado ou de uma sociedade, meu foco é especificamente as práticas que estão relacionadas com a alimentação porque põem em cena questões como a identidade, a classe, entre outras.