Sinais agonísticos entre lagartos macho de Liolaemus salinicola (Iguania: Liolaemidae): quem avisa amigo é

THALER, RAFAELA; SALVA, ANA GABRIELA; JUÁREZ HEREDIA, VIVIANA I.; ROBLES, CECILIA INÉS

Curitiba

Encuentro; Encontro Anual de Etologia; 2022

Sociedade Brasileira de Etologia

Lagartos utilizam sinais visuais para avaliarem as habilidades de luta e de condição corporal do oponente. Exibições de comportamentos agonísticos (CA) podem ser um dos primeiros sinais usados pelos machos diante de confrontos, diminuindo a ocorrência e duração dos combates físicos e evitando gastos desnecessários de energia. Nesse trabalho descrevemos os CA exibidos por machos de Liolaemus salinicola e exploramos a influência do tamanho corporal (comprimento rostro cloacal CRC) na frequência de condutas agonísticas diante de rivais simétricos e assimétricos. Nós categorizamos os machos de L. salinicola em pequenos (65–67mm; n=4) e grandes (70–76mm; n=4). Posteriormente, filmamos cada individuo em dois encontros de 20min, um contra um macho de tamanho igual (simétrico) e o outro contra um macho de tamanho distinto (assimétrico). Os encontros ocorreram em uma arena onde os rivais ficavam separados por uma divisória transparente, permitindo apenas interações visuais. A frequência de CA foi contabilizada através da análise dos vídeos e as diferenças entre enfrentamentos simétricos e assimétricos foram comparados mediante o teste de Mann-Whitney. Os machos de L. salinicola realizaram os seguintes CA: push-up, head-bob, extensão da gula, postura de intimidação e tentativas de morder o rival pelo vidro. Os emissores grandes aumentaram a frequência de expansão gular (p=0,0286) e postura de intimidação (p=0,0286) diante de indivíduos pequenos, os demais comportamentos não diferiram significativamente entre os encontros. Os emissores pequenos não alteraram a frequência de comportamentos entre os enfrentamentos. Consideramos que os lagartos além de usarem o tamanho e a frequência de CA para avaliarem a capacidade de luta do oponente, pode incluir outras pistas visuais, por exemplo, a coloração gular e da lateral do flanco. Este é o primeiro estudo comportamental de L. salinicola, espécie endêmica do noroeste argentino e, atualmente, classificada como em perigo de extinção.