INVESTIGADORES
FIORINI DE MAGALHAES Ivan Luiz
congresos y reuniones científicas
Título:
Análise Cladística Dos Gêneros De Aranhas Neotropicais Micrathena E Chaetacis (Araneae: Araneidae) Utilizando Caracteres Contínuos E Discretos
Autor/es:
IVAN LUIZ FIORINI DE MAGALHÃES; ADALBERTO J. SANTOS
Lugar:
Belém, Pará
Reunión:
Congreso; XXVIII Congresso Brasileiro de Zoologia; 2010
Institución organizadora:
Sociedade Brasileira de Zoologia
Resumen:
As relações entre as aranhas neotropicais dos gêneros Micrathena e Chaetacis foram investigadas para testar o monofiletismo de Micrathena, como delimitado atualmente, e estabelecer as relações entre seus grupos de espécies. Para tanto, foi realizada uma análise cladística baseada em 126 caracteres morfológicos (sendo oito contínuos, 83 binários e 35 multiestado) e incluindo catorze táxons: quatro grupos externos - Argiope, Hypognatha, Xylethrus e Gasteracantha - uma espécie de Chaetacis e nove de Micrathena. Uma busca exaustiva utilizando apenas os 118 caracteres discretos, executada pelo programa TNT, resultou em 18 árvores mais parcimoniosas. A árvore de consenso estrito das mesmas, com cinco nós, demonstrou uma relação relativamente bem sustentada entre os dois gêneros, suportada pela presença de abas na carapaça, um apódema na base das fiandeiras, paracímbio complexo, ductos de fertilização dirigindo-se anteriormente, entre outras apomorfias. A superfície estridulatória dos pulmões, anteriormente proposta como sinapomorfia para os dois gêneros, foi observada em apenas seis das 10 espécies do grupo interno, tendo surgido uma vez e sido perdida independentemente duas vezes em Micrathena. Além disso, Micrathena pungens e Chaetacis aureola emergiram da análise como grupos-irmãos, o que resultou no parafiletismo de Micrathena em relação a Chaetacis. Entretanto, a associação entre a fêmea e o macho de M. pungens é incerta, sendo que o último pode, na verdade, pertencer a Chaetacis. Por isso, foi realizada uma nova análise com os mesmos caracteres e táxons, excetuando-se M. pungens. Como resultado, foram obtidas três árvores mais parcimoniosas. O consenso estrito, com quatro nós, novamente demonstrou o monofiletismo do grupo Micrathena + Chaetacis, porém com variações quanto ao monofiletismo de Micrathena. Em duas árvores, os dois gêneros aparecem como grupos-irmãos e em uma delas Micrathena é parafilético em relação a Chaetacis. Possíveis sinapomorfias para Micrathena incluem um par de cerdas pós-oculares e um esclerito mediano próximo à apófise média do palpo do macho. Dentre os grupos de espécies de Micrathena propostos na revisão taxonômica do gênero, os grupos kirbyi e schreibersi aparentam ser relacionados, porém o último parece não ser monofilético, já que uma de suas espécies, M. spitzi, agrupou-se com M. swainsoni, pertencente ao grupo militaris. O grupo guerini, representado por M. nigrichelis, foi o mais basal dentro de Micrathena, como sugerido na revisão taxonômica supracitada. As relações entre os outros grupos não puderam ser resolvidas com a amostragem utilizada. A análise baseada apenas nos oito caracteres contínuos não recuperou nenhum grupo em comum com aquela baseada nos caracteres discretos. Entretanto, combinando-se caracteres discretos e contínuos, obteve-se apenas uma árvore mais parcimoniosa, em que Micrathena é parafilético em relação a Chaetacis. Tendo em vista a ambiguidade quanto ao monofiletismo de Micrathena, torna-se necessária a adição de mais táxons para se esclarecer as relações entre os dois gêneros. A associação entre machos e fêmeas de M. pungens permanece incerta e deve ser revista, se necessário com a criação de juvenis em laboratório até a maturidade sexual, tendo em vista sua grande influência na topologia das árvores obtidas com os métodos utilizados.