O tamanho do grupo de roedores e seu papel na evolução do cérebro: uma aproximação filogenética bayesiana

RAUL SOBRERO; LUIS EBENSPERGER; CRISTIAN HERNANDEZ

Encuentro; XXV Encontro Anual de Etología; 2007

Sociedade Brasileira de Etologia

O tamanho do cérebro em roedores é variável. Dentre as causas evolutivas desta variação, destaca-se o possível efeito das interações sociais, que poder ter favorecido um incremento nas habilidades ecológicas e cognitivas com o conseqüente incremento no tamanho do cerebral total. Além disso, é possível que o tamanho corporal, a través de seu efeito sobre a taxa metabólica basal, possa ter favorecido o aumento do tamanho do cérebro de mamíferos. Com o objetivo de testar essa hipótese, utilizamos uma amostra de 60 espécies de roedores, e construímos uma base de dados para o tamanho do grupo (GS), o tamanho absoluto do cérebro (BS), o tamanho corporal (BM) e a taxa metabólica basal (VO2). Posteriormente, determinamos as relações filogenéticas entre as espécies utilizando una aproximação bayesiana com as seqüências do gene citocromo b. Para estabelecer um possível significado adaptativo nas relações observadas, realizamos uma análise de contrastes filogenéticos independentes. Mediante a mostra de árvores para a zona de convergência da cadeia de Markov, avaliamos a evolução do GS e dos outros caracteres associados a cada hipóteses (BS, BM e VO2). Para isso, usamos 3 parâmetros filogeneticamente escalados (Lambda, Kappa e Delta), e determinamos o grau de correlação evolutiva entre GS e os caracteres restantes: BS, BM e VO2. Os resultados obtidos evidenciaram que o aumento do GS não explica o tamanho ou variabilidade observada no tamanho absoluto do cérebro em roedores. Alem disso, não foram detectadas correlações significativas entre GS e os outros caracteres analisados. Concluímos que GS não e o melhor índice de sociabilidade para roedores.