Uma abordagem Bayesiana da relação entre genética e linguística em nativos sulamericanos

GUERRA AMORIN, E; BISSO-MACHADO, R; RAMALLO, V.; BORTOLINI, MC; BONATTO SL; SALZANO FM; HÜNEMEIER T

Congreso; XIII CONGRESO DE LA ASOCIACIÓN LATINOAMERICANA DE ANTROPOLOGÍA BIOLÓGICA; 2014

A relação entre a evolução de genes e línguas tem sido estuda há mais de três décadas. Esses estudos se baseiam na hipótese de que as línguas, assim como outros traços culturais, evoluem de maneira similar aos genes, acumulando diversidade hereditária ao longo do tempo e estando sujeito a forças evolutivas de manutenção da diversidade. Neste trabalho, nós construímos modelos demográficos baseados em três classificações linguísticas propostas por Campbell, Greenberg e Loukotka para as línguas sul-americanas. Dados genéticos foram simulados de acordo com cada modelo, que foram analisados de acordo com uma abordagem Bayesiana (Approximate Bayesian Computation) e comparados a dados empírico (381 STRs autossômicos) obtidos da literatura. As populações analisadas são pertencentes aos cinco principais grupos linguísticos dessa região: Andino, Aruaque, Chibcha-Paez, Macro-Je e Tupi. Os modelos no geral conseguiram recuperar a diversidade genética observada nas populações naturais. As classificações de Campbell e Greenberg apresentaram alta probabilidade posterior. Os parâmetros desses modelos que incluem data de povoamento da América do Sul e a emergência de estrutura entre as populações representantes dos grupos linguísticos estão de acordo com valores correspondentes disponíveis na literatura e são discutidos em detalhe. No geral, para essas populações e de acordo com este método, há grande correspondência entre dados genéticos e linguísticos. O modelo baseado na classificação proposta por Loukotka apresentou probabilidade posterior próxima de zero.