INVESTIGADORES
GONZALEZ Florencia Belen
capítulos de libros
Título:
Interações Imunoneuroendócrinas na Doença de Chagas – Efeitos Cruzados de Citocinas e Glicocorticoides
Autor/es:
GONZÁLEZ, FLORENCIA; VILLAR, SILVINA R.,; BOTASSO, OSCAR; PEREZ, ANA ROSA; WILSON SAVINO,
Libro:
Neuroimunomodulação: interações imunoneuroendócrinas na saúde e na doença
Editorial:
Editora Atheneu
Referencias:
Año: 2022; p. 273 - 283
Resumen:
A doença de Chagas é amplamente disseminada na América Latina, embora tenhaadquirido certo caráter global nos últimos anos em função das migrações para a Europa,Estados Unidos e Ásia. Esta doença é causada pelo parasita Trypanosoma cruzi (T. cruzi).As manifestações clínicas da infecção são muito heterogêneas. Quando a infecção évetorial, os indivíduos infectados desenvolvem uma fase aguda, em sua maioria assintomática,caracterizada pela presença do parasita no sangue. Na forma oral, a faseaguda é mais assintomática, apresentando febre, adenomegalia e esplenomegalia, eaté mesmo, em alguns casos, meningoencefalite e miocardite aguda. Após o desaparecimentodo parasita no sangue, os indivíduos infectados podem permanecer assintomáticospelo resto da vida ou desenvolver as formas crônicas graves da doença: cardíaca,digestiva ou cardiodigestiva (Rassi et al., 2010).Os mecanismos associados ao desenvolvimento e estabelecimento das diferentesmanifestações clínicas da doença de Chagas parecem ser complexos e muitos deles aindasão desconhecidos. No entanto, os resultados obtidos até o momento sugerem que aforma indeterminada ou assintomática da doença ocorre quando a resposta imune dohospedeiro contra o parasita acontece efetivamente durante a fase aguda, enquanto aforma letal aguda e/ou as formas crônicas apareceriam em pacientes que exibem respostashiperérgicas ou, inversamente, respostas ineficientes (Rassi et al., 2010).Conforme descrito nos capítulos anteriores, há evidências consideráveis da existênciademecanismos reguladores recíprocos entre os sistemas imunológico e endócrino, cujoobjetivo é manter o estado de homeostase. No entanto, durante um processo infeccioso,esses mesmos mecanismos podem maximizar ou prejudicar a defesa montada pelo hospedeiro, e até mesmo influenciar o desenvolvimento da patologia. Quanto aopapel das interações imunoendócrinas nas infecções parasitárias, e particularmente, nainfecção chagásica, a magnitude de seu impacto só começou a ser analisada e observadanos últimos anos.