INVESTIGADORES
BALDO Juan Diego
congresos y reuniones científicas
Título:
EFEITO DAS MUDANÇAS CLIMÁTICAS NA DISTRIBUIÇÃO DOS SAPOS-DE-BARRIGA-VERMELHA NEOTROPICAIS (MELANOPHRYNISCUS, ANURA, AMPHIBIA): COMO PRIORIZAR ESPÉCIES E POPULAÇÕES?
Autor/es:
ZANK, CAROLINE; BORGES MARTINS, MARCIO; BECKE, F,; ABADIE, F.G.; MANEYRO, RAUL; BALDO, DIEGO
Lugar:
Curitiba
Reunión:
Congreso; IX Congresso Latinoamericano de Herpetología y V congreso Brasileiro de Herpetología.; 2011
Institución organizadora:
Asociación Latinoamericana de Herpetología
Resumen:
É evidente o potencial efeito deletério que as mudanças climáticas previstas para o século XXI poderão acarretar à biodiversidade, especialmente para táxons com distribuição restrita e de mobilidade reduzida. Além disso, os efeitos potenciais das mudanças climáticas devem ser analisados através da elaboração de modelos que possam fornecer hipóteses de trabalho para subsidiar pesquisas e estratégias de conservação. Neste cenário é essencial avaliar em que regiões, em quais espécies e em que grau as mudanças climáticas serão percebidas. No caso específico dos anfíbios neotropicais, com grande número de espécies ameaçadas e para os quais pouco se sabe sobre seus requerimentos ecológicos, é fundamental priorizar espécies e populações que possam ser monitoradas para uma verificação in situ dos efeitos previstos nos modelos. Neste estudo, analisamos os efeitos potenciais das mudanças climáticas previstas em três cenários projetados para os anos de 2020, 2050 e 2080 em 25 espécies do gênero Melanophryniscus, que apresentam pequeno porte, baixa mobilidade e incluem alto percentual de espécies ameaçadas e/ou com distribuição geográfica restrita. O objetivo principal deste estudo foi subsidiar decisões sobre pesquisa e conservação através da elaboração de modelos que permitam quantificar os efeitos potenciais das mudanças climáticas. A partir da comparação dos modelos atuais e futuros buscamos responder as seguintes questões: Qual a magnitude das alterações potenciais sobre a extensão da distribuição geográfica? Qual a magnitude das alterações na adequação de hábitat em cada localidade de ocorrência conhecida? Há algum padrão de impactos na escala temporal de curto, médio e longo prazo considerados? Qual a relação entre o nível dos impactos e à extensão da distribuição potencial original? Qual o efeito das mudanças sobre o status de conservação das espécies ameaçadas? Para tanto, aplicando o algoritmo MAXENT, geramos os mapas de distribuição potencial atual e projetamos a distribuição para o futuro de cada espécie. Avaliamos a magnitudes das mudanças climáticas avaliando as alterações na extensão da área de distribuição potencial estimada e do número de pontos de ocorrência dentro dos limiares de presença para cada período. Como resultado, verificamos que a extensão das áreas de distribuição potencial para as espécies variaram de 656.691 km2, estimada para M. klappenbachi, a 1.559 km2, para M. orejasmirandai. As distribuições potenciais projetadas para o ano de 2080, mostraram que oito espécies apresentaram reduções acentuadas, com perdas em suas áreas potenciais de ocorrência superiores a 50% da extensão indicada para o presente. Com reduções drásticas estimadas de até 100% de sua área de distribuição potencial, destacamos M. langonei, M. spectabilis e M. montevidensis. Apenas seis espécies apresentaram perdas de áreas potencias no futuro inferiores a 2% (M. cupreuscapularis, M. klappenbachi, M. krauczuki, M. orejasmirandai, M. sanmartini e M. sp.2.). Portanto, o efeito das mudanças previstas no clima para o futuro terá efeitos diferenciados dependendo da espécie. Identificamos espécies com alta porcentagem de perda de área de distribuição potencial e as populações conhecidas que sofrerão efeitos mais imediatos ou tardios em decorrência das mudanças no clima. Sendo assim, nossos resultados nos permitem identificar diferentes grupos de espécies e populações que devem ser priorizadas em novas abordagens, dependendo do desenho amostral proposto.