Prostitutas, caftinas, e a produção de regiões morais no Rio de Janeiro: o caso do Mangue

SCHETTINI, CRISTIANA

Rio de Janeiro

Conferencia; BRASA XIV; 2018

BRASA - Brazilian Studies Association

Esta apresentação examina a conformação do Mangue como uma região moral a partir das trajetórias imigratórias das donas de casas de prostituição ali instaladas na década de 1920. A conformação desse bairro de baixa prostituição pode ser vista em perspectiva local,como resultado de iniciativas da polícia carioca e das transformações urbanas. Ao mesmo tempo, este processo também pode ser abordado à luz da inserção do Rio de Janeiro em circuitos atlânticos mais amplos, que incluem movimentos de pessoas e de políticas sobre a vigilância da prostituição e sobre o tráfico de mulheres. Neste texto, os sentidos morais atribuídos a este bairro nos anos de 1920, a organização do comércio sexual,e as formas de sociabilidade que ali se desenvolveram serão analisados em conexão com processos atlânticos de imigração e de circulação de ideias. As trajetórias de vida das donas das casas, suas decisões econômicas, afetivas e estratégias de sobrevivência, rastreadas em conjuntos documentais diversos como imprensa, documentação policial, e registros cartoriais, serão o fio condutor de uma história local contada em muitas escalas.