INVESTIGADORES
HOLLMAN Veronica Carolina
capítulos de libros
Título:
A potência da arte para pensar o espaço na abordagem de mapas artísticos
Autor/es:
HOLLMAN VERÓNICA
Libro:
Processos territoriais contemporâneos. Argentina e Brasil: Ideias em circulação
Editorial:
Consequência
Referencias:
Lugar: Rio de Janeiro; Año: 2018; p. 163 - 182
Resumen:
O artigo tratará da possibilidade e da pertinência de uma abordagem espacial do social por meio da arte, no caso específico da arte produzida a partir e com mapas. Constata-se uma ampliação expressiva desse tipo de manifestação na arte contemporânea e é provável que esse fenômeno seja uma ressonância do crescimento da importância da dimensão espacial na realidade social, o que também se reflete no interior das ciências sociais, onde as abordagens a partir do espaço passam a ser muito valorizadas. Esse movimento expressivo, denominado como a virada espacial (spacial turn), ou então como Le Tournant Geographique (a virada geográfica) segundo Jacques Lévy, dialoga com um virada visual (visual turn) nas ciências sociais que acrescenta o interesse analítico no processo de produção, circulação e no próprio ato de olhar cada imagem. O artigo promove, portanto, uma discussão em torno dessa relação dos mapas com a arte, procurando entrever o tratamento da questão espacial do mundo social. Isso vai exigir mobilizar para reflexão relações assemelhadas, como as das representações artísticas das paisagens, que são formas de expressão espacial, assim como autores que tratam dessas relações, a exemplo de Svetlana Alpers. Um dos objetivos será discutir a legitimidade epistemológica da obra de arte como fonte de conhecimento geográfico. Uma relação desse tipo, melhor explorada neste sentido, é aquela feita pelos geógrafos a partir de obras da literatura para a discussão de seu objeto de estudo. Jacques Lévy cita o caso do livro Cidades Invisíveis de Italo Calvino e considera que é o ?melhor tratado de geografia urbana? da atualidade. Há também o capítulo de obra de Edward Soja (Geografias Pós-Modernas) na comparação do El Aleph de Jorge Luís Borges e a cidade de Los Angeles, chamando a atenção para as simultaneidades e as misturas das relações sociais possibilitadas por esse espaço urbano. Nosso olhar irá nesse sentido: como a arte construída a partir de mapas pode ser mobilizada como um acréscimo de conhecimento espacial. Por exemplo, no caso do mapa que inverte a orientação convencional, de Joaquin Torres Garcia, haveria uma crítica à naturalização do olhar da cartografia, que deve mesmo ser questionado e problematizado. Há uma dimensão cognitiva explícita em seu trabalho. Certamente, em outras obras pode não haver essa evidência de propósitos, o que não quer dizer que interpretações produtivas não possam ocorrer. O artigo apresentará e interpretará uma breve pesquisa que vai verificar a percepção de estudantes universitários do Brasil e da Argentina de algumas obras de arte que fazem uso dos mapas. As discussões e as interpretações extraídas desse exercício jogam a favor da ampliação do repertório imagético e dos modos de olhar os mapas no ensino de Geografia, por exemplo.