Taxonomia de Ameivula sp. (Squamata, Teiidae) do Pantanal Sul, Corumbá, MS

ALMEIDA, PABLO; CABRERA, MARIO R.; FERREIRA, VANDA L.

Porto Alegre

Congreso; XXX Congresso Brasileiro de Zoologia; 2014

Desde sua descriçao, Ameivula ocellifera (Spix 18259 tem sido amplamente reportada nas regioes Norte, Nordeste, Sudeste e Centro-Oeste do território brasileiro, além de áreas do Chaco paraguaio e argentino. Entretanto, devido a grande variaçao morfológica regional e perda do holótipo, a identidade dessa espécie foi questionada e considerada um complexo. Pelo menos dez novas espécies foram inclusas em Ameivula na última década, mas diversas populaçoes ate entao consideradas como A. ocellifera carecem de confirmaçao. A fim de verificar o status taxonômico da populaçao desses lagartos da planície do Pantanal Sul (MS), avaliou-se os padroes de coloraçao, morfometria e caracteres merísticos do material testemunho alocado na Coleçao Zoológica de Referência da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (ZUFMS). Por meio dos testes t de Student e U de Mann-Whitney verificou-se a correlaçao entre os dados obtidos. Assim foi possível constatar que os exemplares pantaneiros diferem consistentemente de ambas as espécies comparadas quanto ao número de escamas dorsais em volta da regiao mediana do tronco (82-123, x= 100,17; A. ocellifera: 92-100, x= 94,6; A. abalosi: 75-98, x= 84,97), dorsais ao longo do corpo (193-250, x= 223,57; A. ocellifera: 172-188, x= 181; A. abalosi: 184-212, x= 199,29) e quantidade total de poros femorais (10-16, x= 12,76; A. ocellifera: 14-17, x= 16; A. abalosi: 15-19, x= 17,48). Em relaçao ao A. abalosi, ainda há diferenças quanto ao número de dorsais entre as listras paravertebrais (11-19, x= 14,60; A. abalosi: 9-14, x= 11,14), de superciliares (4-7, x= 5,42; A. abalosi: 5, invariavelmente) e contato entre a primeira e segunda supraoculares (normalmente separadas totalmente por escamas granulares; A. abalosi: em contato completo, invariavelmente). Já em relaçao ao A. ocellifera, outras diferenças apresentadas sao quanto ao número de fileiras transversais de escamas ventrais (26-32, x= 28,35; A. ocellifera: 26-28, x= 27,2) e formato da frontonasal (geralmente sub-rômbica, eventualmente hexagonal; A. ocellifera: tipicamente hexagonal ou octagonal). Há necessidade de ampliaçao da amostragem, mas os resultados prévios indicam que a populaçao de Ameivula da planície inundável pertence ao complexo ocellifera, porém nao se enquadra em A. ocellifera nem em A. abalosi.