Especializaçoes territoriais produtivas e circuitos da economia urbana

SILVEIRA, MARÍA LAURA

Uberlândia

Simposio; II Simpósio Internacional sobre Cidades Médias; 2006

Universidade Federal de Uberlândia

Em trabalho anterior falávamos de “especializações alienígenas alienadas” (Santos e Silveira, 2001, p. 299) para identificar os lugares de eleição global para certos produtos. Chamávamos a atenção para o fato de que, quando um ponto ou área do território é escolhido pelos atores que comandam as variáveis da época, verifica-se uma agregação de atividades similares ou complementares, criando verdadeiras especializações territoriais produtivas. É o caso de diversas cidades do Estado de São Paulo. A modernidade está, desse modo, visivelmente presente nas cidades médias; as localizações corporativas revelando as aptidões que essas aglomerações oferecem ao circuito superior. A especialização e diversificação econômica, aponta B. R. Soares (1999, p. 57), é uma das variáveis que ajudam a identificar tais cidades. Estas especializam-se num tipo de produção, desenvolvem uma produtividade espacial para um dado produto ou serviço e, assim, o resto das divisões do trabalho é convocado a subordinar-se a sua lógica, a sua velocidade e a suas normas. É o surgimento de uma porção nova do circuito superior marginal, à qual estamos denominando circuito superior marginal emergente (Santos, 1975). Isso é possível, hoje, em outros patamares, graças à banalização da técnica, à circulação da informação e à onipresença do dinheiro. As demais formas de trabalho constituem o bolsão do circuito inferior, também presente, sobretudo em tempos de globalização, nas cidades médias e pequenas.