Território, migrações e circuitos da economia urbana na globalização

SILVEIRA, MARÍA LAURA

Migrações na América Latina Contemporânea: Processos e experiências humanas

Ed UFPR

Lugar: Curitiba; Año: 2018; p. 19 - 36

Poderíamos assinalar dois elementos constitutivos da globalização, mobilidade e imobilidade, opostos e complementares num período histórico em que tanto se fala de movimento. Estados e tendências, a mobilidade e a imobilidade conhecem dimensões antes nunca vistas e permitem pensar um quadro geral para compreender o atual fenômeno da urbanização e os processos migratórios.Por isso propomos aqui um esquema de análise que supõe dois níveis de compreensão: a formação socioespacial, que é o uso do território de um ponto de vista dinâmico, e a cidade, como locus fundamental das migrações nos países periféricos. Como o mundo se urbanizou, as migrações não podem ser explicadas sem as cidades, mas estas tampouco podem ser compreendidas sem os processos migratórios.Estrangeiros de alta qualificação profissional engrossam o quaternário, revelando que uma migração qualificada e temporária passa a constituir o circuito superior da cidade e do país e contribui na difusão seletiva da modernização no território a partir das migrações descendentes. Ao mesmo tempo, a chegada de pobres na cidade multiplica as formas e os volumes do circuito inferior num processo de migração ascendente. As migrações constituem uma variável que é própria do circuito inferior e permite entender seu comportamento e evolução.