O lugar defronte os oligopópios

SILVEIRA, MARÍA LAURA

Lugar-Mundo: perversidades e solidariedades

Editora da Universidade Federal do Rio Grande do Norte

Lugar: Natal; Año: 2011; p. 79 - 100

No período da globalização, bruscas mudanças de papéis despontam no território, que são ao mesmo tempo mudanças de lugares. Os equilíbrios precedentes se rompem e muda o conteúdo dos lugares e do território como um todo. Defrontamo-nos, todavia, com novos problemas de método. Como não se conhecem bem as novas lógicas e suas repercussões sistêmicas, há tendência a misturar restos de interpretações oriundas de situações passadas com intuições novas, às vezes canhestramente assimiladas ao presente, confundindo o esquema conceitual. O mais grave, porém, é que o lugar não é visto como ator da vida social, econômica e política, nem há o cuidado de trabalhar com a idéia de formação socioespacial. Por conseguinte, o lugar é visto como quadro de ação praticamente inerte ou como uma entidade autônoma da dinâmica nacional. Ao contrário, os lugares exercem um papel de controle sobre a sociedade como um todo, já que as ações não se localizam a esmo e não obtêm o mesmo resultado conforme a fração do espaço em que se instalam. Visto como formação socioespacial, um país revela, ao mesmo tempo, o movimento do todo que é o modo no qual o território é utilizado, e o movimento das partes, que são os lugares dinâmicos porém em co-presenca.