CARACTERIZAÇÃO CROMOSSÔMICA E ANÁLISE DO CICLO MEIÓTICO DE Euschistus heros (HETEROPTERA, PENTATOMIDAE).

BERNARDES E; LANZONE C.; SOUZA MJ

Águas de Lindoias, São Paulo, Brasil

Congreso; 49 Congreso Nacional de Genética; 2003

Dentro da subordem Heteroptera, Pentatomidae é a quarta família mais bem representada com 4.100 espécies dividas em 760 gêneros. Com distribuição ampla, seus representantes são principalmente encontrados nas regiões tropical e subtropical. Muitas dessas espécies apresentam importância econômica por atacarem plantas cultivadas, entre estas o percevejo Euschistus heros é a principal praga da soja no Brasil. Percevejos são caracterizados por possuírem cromossomos holocêntricos, nos quais não são observadas constricções primárias, além de meiose invertida na qual as divisões são primeiramente equacional e posteriormente reducional, sendo esta caraterística restrita aos cromossomos sexuais. Neste trabalho os 20 exemplares analisados foram coletados no estado de Pernambuco nos municípios do Cabo e Rio Formoso. As preparações citológicas foram obtidas por esmagamento de folículos testiculares e ovarianos. E. heros apresenta 2n=14, e sistema sexual XY, seguindo o padrão encontrado nos heterópteros. O cariótipo apresenta um par de cromossomos grandes dois pares médios e três pequenos. O X é pequeno, e o Y é o menor cromossomo do complemento. A prófase I apresenta um longo estágio difuso. Os cromossomos sexuais apresentam-se unidos e heteropicnóticos positivos até o estágio difuso e a separação ocorre em diplóteno. Por outro lado, as metáfases são radiais. Na metáfase I os cromossomos sexuais estão como univalentes, e na metáfase II os cromossomos X e Y estão pareados formando o pseudobivalente no centro do fuso. A coloração com nitrato de prata revelou a presença de nucléolo desde estágios iniciais da meiose até diplóteno. A região organizadora de nucléolos (RON) localiza-se no par 2 em posição intersticial. Estes dados indicam que apesar da ampla conservação cariotípica entre os percevejos, rearranjos cromossômicos ocorridos durante a evolução do grupo pouco alterou o número diplóide, mas modificaram a posição das RONs entre as espécies. Apoio Financeiro: FACEPE e CNPq