CARACTERIZAÇÃO CARIOTÍPICA E DAS REGIÕES HETEROCROMÁTICAS DE DUAS ESPÉCIES DE Antiteuchus (Heteroptera, Pentatomidae, Discocephalinae).

LANZONE, C; SOUZA, MJ.

Águas de Lindoias, São Paulo, Brasil.

Congreso; 48 Congreso Nacional de Genética; 2002

Heteroptera corresponde a um grupo de organismos com cromossomos holocêntricos e meiose invertida restrita aos cromossomos sexuais. A localização da heterocromatina constitutiva (HC) tem identificado blocos teloméricos em representantes de diferentes famílias desta ordem. A subfamília Discocephalinae é exclusiva da região Neotropical e compreende cerca de 270 espécies distribuídas em 71 gêneros. Estudos citogenéticos em espécies desta subfamília são escassos e estão restritos a análise convencional e ao mecanismo de determinação do sexo. Neste trabalho foram analisados 22 exemplares machos e 2 fêmeas de Antiteuchus mixtus e 13 machos de A. sepulcralis coletados em populações de Recife (PE). As preparações citológicas foram obtidas por esmagamento de folículos testiculares e ovarianos. A coloração convencional e o bandeamento C foram utilizados para caracterizar o cariótipo e conhecer o padrão de distribuição da HC nestas duas espécies. A.mixtus e A. sepulcralis apresentaram cariótipos 2n=14, XX-XY. Os autossomos foram agrupados por ordem decrescente de tamanho (A1-A6), sendo o cromossomo X de tamanho similar ao A5 e o Y o menor do complemento. O bandeamento C revelou nas duas espécies pequenos blocos de HC restritos às regiões terminais dos autossomos e do cromossomo X. Em A. mixtus um dos telômeros do par A1 possui um destacado bloco de HC. Em A. sepulcralis os dois telômeros deste par mostraram blocos de tamanhos similares, e maiores que aqueles de A. mixtus. Nas duas espécies, os demais blocos de HC dos autossomos são visíveis apenas em estágios iniciais da prófase. O cromossomo Y é completamente heterocromático nestas espécies. Em A. mixtus o nucléolo foi facilmente visualizado tanto através da coloração convencional como pelo bandeamento C, estando localizado na região heterocromática terminal do par A1. O comportamento e o padrão de distribuição da HC obtidos nas duas espécies aqui analisadas sugere a ampliação do conceito de equilocalidade para cromossomos holocêntricos de heterópteros. Além disso, a heterocromatinização do Y pode representar um passo intermediário na evolução dos cromossomos sexuais neste grupo de organismos. Apoio Financeiro: FACEPE e CNPq