Variação do fenótipo antenal em três populações de Triatoma maculata (Hemiptera: Reduviidae) procedentes de Roraima, Brasil

COUTINHO DE SOUZA, A; CARBAJAL DE LA FUENTE, AL; MÜLLER, J.N.; MACED LOPES, C; RICARDO-SILVA AH; MACIEL SANTO, F

Maceió

Congreso; 52º Congresso da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical; 2016

O fenótipo antenal se apresenta como um indicador sensível e complementar para estudos da subfamília Triatominae, capaz de diferenciar populações do ambiente silvestre e domiciliar, assim como elucidar o status específico dos indivíduos. Triatoma maculata é um dos vetores da doença de Chagas, encontrado com frequência nas habitações humanas, tanto no intra como no peridomicílio das áreas rurais e urbanas do estado de Roraima - Brasil, associada principalmente aos galinheiros. O objetivo do trabalho foi investigar o processo adaptativo por meio da caracterização do fenótipo antenal de T. maculata. Foram diafanizadas antenas de 40 espécimes (21 ♀ e 19 ♂) das populações de Bonfim, Amajari e Uiramutã (colônia de laboratório). Quatro tipos de sensilla antenais foram analisadas, sendo três quimiorreceptoras (TPF, TPG e BA) e uma mecanorreceptora (BR) situadas no pedicelo e nos dois segmentos flagelares. O teste ANOVA foi utilizado para verificar a existência de diferenças significativas entre as variáveis analisadas. Para as variáveis heterogêneas usou-se o Mann Whitney U test. As análises multivariadas possibilitaram avaliar a distância de Mahalanobis entre as populações, sexo e habitat utilizando dendrograma UPGMA. As sensilla TPF e TPG foram marcadoras do dimorfismo sexual, incluindo os espécimes mantidos em colônia de laboratório. A caracterização fenotípica, mapa fatorial e o dendrograma UPGMA mostraram uma clara diferenciação das populações encontradas no ambiente domiciliar e os espécimes criados no laboratório, o que indicaria um processo de adaptação dos triatomíneos as condições de laboratório, possivelmente devido à frequência e tipo de alimentação, condições ambientais, de agregação, etc. As fêmeas provenientes do peridomicílio (Amajari e Bonfim) estiveram mais próximas entre si e mais distantes daquelas encontradas no intradomicílio, o que poderia indicar uma adaptação incipiente, não observada nos machos. Os resultados obtidos não possibilitaram caracterizar as populações de T. maculata, revelando a necessidade de estudos posteriores para compreender melhor o entendimento do processo de adaptação, uma vez que esta espécie vem sendo encontrada frequentemente nos domicílios.