INVESTIGADORES
THOMAS Hernan Eduardo
capítulos de libros
Título:
Racionalidades da interação universidade-empresa na América Latina
Autor/es:
RENATO DAGNINO; ERASMO GOMES; HERNÁN THOMAS; AMÍLCAR DAVYT
Libro:
A pesquisa universitária na América Latina e a vinculação universidade - empresa. Estudos sobre a relação CTS na América Latina
Editorial:
Argos-OEI
Referencias:
Lugar: Chapecó; Año: 2011; p. 37 - 81
Resumen:
Este trabalho constitui uma tentativa de analisar o processo de evolução das concepções de vinculação universidade-empresa desde meados da década de 1950 até a atualidade. Em termos estilizados, propõe-se um esquema analítico de duas fases, de aproximadamente vinte anos cada uma: a primeira, desde meados da década de 1950 até fns da de 1970; a segunda, desde o início da década de 1980 até a atualidade. A partir de meados da década de 1950, a universidade pública latino-americana desenvolveu atividades de vinculacionismo: geração de laços com a produção sob a responsabilidade das unidades de pesquisa e transferência. O vinculcionismo garantiria, assim, que os resultados da pesquisa científca e tecnológica chegassem aos potenciais usuários. Diferentemente das experiências dos países desenvolvidos, onde a dinâmica produtiva distribuiu as responsabilidades, o vinculacionismo é um elemento constitu- tivo da Política de Ciência e Tecnologia (C&T) latino-americana que concentrou a responsabilidade pela interação nas unidades de pesquisa. O vinculacionismo é, nesse sentido, um fenômeno regional, que refete a dinâmica institucional, os mecanismos, as características idiossincráticas e as limitações estruturais locais. Parece possível afrmar que, como objetivo da Política de C&T, a proposta vinculacionista se constituiu – com exceção de algumas contadas experiências bem-sucedidas – em um fracasso. Depois do intervalo entre os anos de 1975 e 1985, aparece na América Latina uma nova onda generalizada de tentativas vinculacionistas que respondem aos avanços da teoria da inovação. Surgem, assim, iniciativas de incubadoras de empresas, parques e polos tecnológicos, escritórios institucionais de patentes etc. O conhecimento é explicitamente concebido como mercadoria. A fim de diferenciá-lo do movimento anterior, denomina-se neovinculacionismo a esse novo elemento de Política de C&T. O neovinculacionismo refete um particular fenômeno de transdução de fatos estilizados e teorizações realizadas sobre experiências de vinculação universidade-empresa em países desenvolvidos. É resultado de uma leitura local, desses fatos estilizados e de suas derivações normativas. Ainda que ele se proponha como uma superação das limitações do vinculacionismo da década de 1970, o neovinculacionismo, em vez de promover um modelo interativo de inovação, tende a reiterar na prática as condições ofertistas do modelo linear de inovação. Ao considerar-se a viabilidade da nova normativa neovinculacionista, assinala-se a necessidade de ter em conta que a relação “universidade-setor produtivo” é só um recorte conceitual de uma realidade complexa, útil em termos analíticos, sob a condição de que não se esqueça que não é ‘o’ processo real. Mesmo os enfoques neovinculacionistas mais pragmáticos tentam reifcar os termos analíticos, resultando, nesse sentido, em propostas tão voluntaristas como aquelas dos idealistas porta-vozes do Pensamento Latino-Americano em Ciência, Tecnologia & Sociedade (PLACTS), na década de 1960.