Transferência espermática em Stenopus hispidus (Decapoda, Stenopodidea)

RAFAEL AUGUSTO GREGATI, VIVIAN FRANSOZO, MARIA LUCIA NEGREIROS-FRANSOZO E LAURA LÓPEZ-GRECO

ILHEUS, BRASIL

Congreso; VI Congreso Brasilero sobre Crustáceos; 2010

SOCIEDADE BRASILERA DE CARCINOLOGIA

Neste trabalho, a hipótese de que a deposição espermática e a fecundação em Stenopus hispidus ocorrem externamente ao corpo da fêmea foram testadas, baseando-se na anatomia e comportamento reprodutivo em laboratório. Para isso, 12 casais adultos de tamanhos similares foram mantidos em aquários (fotoperíodo 12 horas, salinidade 35‰ e 26 ± 1°C) e alimentados diariamente com ração para peixes ornamentais. Os ciclos reprodutivos foram monitorados e o comportamento de cópula foi registrado com uma filmadora. Após as filmagens, os casais foram anestesiados e dissecados para análise dos caracteres sexuais, com uso de desenho e microscopia eletrônica de varredura. O processo de transferência espermática ocorre em poucos segundos, com o macho mantendo-se em posição perpendicular à fêmea. Em todos os eventos registrados, o macho encosta o primeiro par de pleópodos nas aberturas genitais da fêmea. O primeiro par de pleópodos masculino, diretamente envolvido na cópula, é diferenciado, porém sem evidência de apêndice masculino. Os ovidutos são curtos e sem estrutura aparente para estocagem de espermatozóides. As fendas genitais femininas se abrem na base do terceiro par de pereiópodos e são circundadas por cerdas plumosas, comuns também nos esternitos. Assim, o macho deposita uma massa espermática simples na região ventral da fêmea e provavelmente a fecundação ocorre no momento da exteriorização dos oócitos maduros, antes de serem depositados nos pleópodos para a incubação. CNPq, CAPES e FAPESP