Prólogo

BASCONZUELO, CELIA Y BUELVAS, JOSÉ DAVID

Ação coletiva e territorialidade: dinâmicas, práticas, significados e abordagens

EDUNEB

Lugar: Salvador de Bahía; Año: 2016; p. 9 - 16

Através das produções acadêmicas oferecidas neste volume, podemos constatar, por um lado, um elo central entre os espaços e práticas coletivas. São espaços locais e regionais que reconhecem sua associação ao Estado em seus diferentes níveis (municipal, provincial e nacional), bem como outros espaços que correspondem ao âmbito da igreja (territórios diocesanos) e territórios em disputa (distritos) da Colômbia. As práticas implantadas desde lá invocam, em grande parte, uma identidade primária com o território enquanto interpelam os processos macro de referência, em particular as autoridades públicas. Um segundo ponto problemático neste volume integra a relação entre a implantação territorial dos grupos sociais e suas respectivas identidades. Neste sentido, a cientista política María Virginia Quiroga propõe através de suas anotações "Protestos sociais reacionários na América do Sul contemporânea", uma noção de protesto social afastado de sua consideração em fins de luta rebelde, entendendo que nem sempre será protagonizada por setores subalternos e que também pode se expressar para mudanças de caráter progressivo. Por isto, aborda no caso boliviano, o protesto de autonomia cívico-empresarial na Argentina e o conflito com as organizações rurais. Aponta dois aspectos atuais que permitem interpretar os diferentes repertórios de protesto na América Latina. Do ponto de vista da ciência política, mostra a ligação entre estes protestos e os governos da Argentina e da Bolívia, considerando que este aspecto constitui um dos principais desafios para a situação política regional atual. Em suma, a presente obra acadêmica que foi patrocinada e publicada pela Universidade do Estado da Bahia, é um esforço para explicar e compreender, a frente do mapa heterogêneo das sociedades latino-americanas, novas formas de ação coletiva, modalidades de participação e construção de identidades. Todos eles intimamente articulados em espaços e áreas de referência em diferentes escalas, locais, regionais e nacionais. No âmbito das práticas, que por vezes implantadas no México, Colômbia, Bolívia, Brasil e Argentina, os sujeitos sociais, cidadãos participativos no grupo social, mobilizaram organizações sociais então perfiladas. A partir deste ponto problemático aparecem as contribuições deste livro: a confluência dos interessados e comprometidos com os problemas históricos e contemporâneos da sua cidade, região ou país, os cientistas sociais; a abordagem teórica na busca de chaves de interpretação destes problemas; o tom que forneça os detalhes em um cenário globalizado; a avaliação de novas alternativas que emergem das entranhas desta modernidade latino-americana.