BECAS
DE FIGUEIREDO PETEAN Flavia
congresos y reuniones científicas
Título:
Raias ameaçadas apresentam estabilidade de nicho abiótico apesar do aquecimento global no Sudoeste do Atlântico
Autor/es:
COELHO, JÉSSICA FERNANDA RAMOS; PETEAN, FLÁVIA F.; LIMA, SERGIO MAIA QUEIROZ
Reunión:
Simposio; II ELASMulheres; 2021
Resumen:
Os ambientes aquáticos estão entre os mais diversos, embora estejam,também, entre os mais ameaçados por pressões antrópicas devido à poluiçãoe sobrepesca, ou, em maior escala, por efeitos do aquecimento global. Esteúltimo tem afetado as regiões marinhas costeiras devido ao aumento do níveldo mar, aumento da temperatura, alterações no nível de oxigênio dissolvido enas correntes, por exemplo. Consequentemente, afetando a biodiversidadecosteira. A distribuição das espécies está intimamente relacionada nãosomente a suas características ecológicas e fisiológicas, mas a característicasdo ambiente (nicho abiótico), tais como temperatura e salinidade. As mudançasclimáticas alteram características ambientais e um dos padrões comumenteobservados em diferentes espécies marinhas é a mudança em distribuiçãogeográfica em direção aos polos ou maior profundidade em resposta aosuperaquecimento. No entanto, o nicho abiótico de táxons marinhosbentônicos, como as raias, pode ser mais estável do ponto de vista climáticoem comparação com as camadas superiores da coluna de água, nas quais osorganismos aquáticos estão mais expostos aos impactos imediatos doaquecimento. Aqui, estimamos os impactos das mudanças climáticas emRiorajini, uma tribo de quatro espécies de raias da família Arhynchobatidae,como um modelo para 1) avaliar a vulnerabilidade de uma zona costeiratemperada no Atlântico Sudoeste aos possíveis efeitos do aquecimento global, e 2) estudar a dinâmica de nicho em um cenário de mudanças ambientais nestegrupo de espécies ameaçadas. Para isso, usamos um algoritmo deaprendizado de máquina de máxima entropia (MaxEnt) para modelar o nichoabiótico de cada espécie sob as condições climáticas atuais (2000-2014),projetar a um cenário climático drástico no futuro (2100, RCP 8.5) e medir osgraus de estabilidade, expansão e preenchimento do nicho. Nossos resultadosrevelam estabilidade entre os cenários modelados apesar do avanço dasmudanças climáticas, sugerindo que as camadas bentônicas onde esta tribode raias ocorre podem ser um refúgio ao aumento do estresse térmico. Noentanto, mudanças nos níveis de salinidade e correntes oceânicas devemafetar a presença dessas espécies em áreas onde hoje são abundantes, comono Golfo San Matias, na Argentina. Ademais, a vulnerabilidade das zonasrasas às mudanças climáticas pode ser prejudicial para os habitats de berçáriousados por essas espécies, sugerindo que os efeitos do aquecimento globalpodem impactar de modo diferente os indivíduos juvenis e adultos de umamesma espécie.