Instintos básicos. Corporeidades biologicamente sujeitas em narrativas fílmicas contemporâneas

GÓMEZ PONCE, ARIEL

Ponta Grossa

Congreso; IX Ciclo e II Congresso Internacional de Estudos em Linguagem. Linguagem, Identidade e Subjetividade. Vertigem das Ciencias Humanas; 2017

Universidade Estadual Ponta Grossa

Esta apresentação pretende indagar como as narrativas fílmicas constituem um terreno sumamente fértil para fornecer determinada informação. A partir dela podemos reconstruir uma parcela da cultura que legitima e naturaliza (ou discute e disputa) representações de feminilidade e masculinidade na contemporaneidade. Todavia, de modo particular nos interessa problematizar a forma como certos produtos consumidos em larga escala ocupam um lugar privilegiado, a fim de compreender como a questão da ordem biológica define a condição humana e organiza cartografias sociais corporais, pautadas pela concepção de instinto. Trata-se de pensar que, na densidade da memória (ao menos a ocidental), ao mesmo tempo em que se rememora a tenacidade humana para demarcar os limites com o animal, o instinto revela a desumanização das alteridades sexuais, talvez fortemente veiculada a partir do centro dos pensamentos cotidianos. O instinto, termo que foi carregado de conformismo e é pacificamente aceito (para explicitar intuições, impulsos, pressentimentos e reflexos, mas também excessos e inclinações que parecem originar de um elo biológico desconhecido), traça uma área conflituosa e confusa, aparecendo por isso como um lugar comum: fragmento de um imaginário que perpassa a cultura, mas que também, vale assinalar, orienta insistentemente as operações estéticas.