INVESTIGADORES
CRESPO enrique alberto
congresos y reuniones científicas
Título:
O conflito entre o leão-marinho sul-americano e a pesca: atitudes e comportamento dos pescadores no litoral sul do Brasil.
Autor/es:
PONT, A.C.; ENGEL, M.; MACHADO, R.; MARCHINI, S.; CRESPO, E.A; & OLIVEIRA, L.R.
Lugar:
Rio Grande do Sul
Reunión:
Congreso; VII ENCONTRO NACIONAL SOBRE CONSERVAÇÃO E PESQUISA DE MAMÍFEROS AQUÁTICOS (ENCOPEMAQ); 2013
Resumen:
O conflito entre o leão-marinho sul-americano, Otaria flavescens, e as atividades de pesca é considerado o principal problema de conservação enfrentado pela espécie atualmente. A espécie é considerada pelos pescadores como competidora pelos recursos pesqueiros, além de danificar os petrechos de pesca. Estas interações são observadas ao longo da costa do estado do Rio Grande do Sul (RS), sul do Brasil, sendo mais intensas nas proximidades das áreas utilizadas para descanso pelo leão-marinho sul-americano, como o REVIS Ilha dos Lobos, unidade de conservação federal localizada no município de Torres, RS. Para conhecer a atitude e o comportamento dos pescadores acerca do conflito, foram realizadas 100 entrevistas na comunidade pesqueira de Torres / Passo de Torres com base em escala de Likert (-2 a +2). Os resultados demonstraram que o comportamento geral dos pescadores foi negativo em relação ao conflito com uma média de = -0,39, assim como a atitude com média de = -0,12. A maioria dos pescadores (65%) relatou sentirem irritação com a quantidade de leão-marinho sul-americano existente na região. Como reflexo disso, a comunidade pesqueira entrevistada apresentou uma percepção negativa em relação ao conflito existente na área, com frequentes manifestações de agressividade contra a espécie. Além disso, os pescadores acreditam que a captura de pescado atualmente está mais difícil principalmente devido ao aumento do número destes animais na região (61%). Quanto às questões referentes à atitude na participação nos processos de tomada de decisão sobre a pesca na região, o que leva a um manejo participativo, a maioria da comunidade entrevistada (91%) demonstrou estar interessada em participar de reuniões da colônia de pesca, e que poderia ajudar a decidir cotas e áreas de pesca (88%), além de acharem muito importante serem ouvidos antes de qualquer decisão de manejo na região (90%). A realização de um manejo participativo depende fundamentalmente da avaliação da percepção dos atores envolvidos, do conhecimento acerca de seus objetivos, e a busca por soluções dos conflitos. Desta forma, recomenda-se um intenso trabalho de educação ambiental na comunidade estudada e que a mesma seja incluída nos processos de manejo participativo do REVIS Ilha dos Lobos. Esta prática poderá despertar o senso de pertencimento e responsabilidade deste grupo frente à biodiversidade local, garantindo assim a conservação do leão-marinho sul-americano através da mitigação do conflito bem como a manutenção de uma pesca sustentável na região.