Penicillium expansum versus leveduras antagonistas: perspectivas de aplicação no biocontrole e degradação de patulina

ALEXANDRE RODRIGO COELHO; MARCOS GIOVANI CELLI; SIMONE FUJII; RICARDO MARCELO RECHE RIBEIRO; ELISABETE YURIE SATAQUE ONO; FERNANDO LEITE HOFFMANN; ELISA YOKO HIROOKA

Curitiba - Paraná

Congreso; XX Congresso Brasileiro de Ciência e Tecnologia de Alimentos; 2006

Sociedade Brasileira de Ciência e Tecnologia de Alimentos

Em vista do atual interesse na ampliação do comércio de derivados de maçã, deve-se direcionar atenção a cuidados especiais, quando se trata de deterioração da matéria-prima por fungos filamentosos, e conseqüentemente, a presença de micotoxinas no produto final. Para segurança alimentar, as micotoxinas constituem um dos pontos críticos decisivos no comércio internacional de produtos agrícolas e derivados. No contexto, Penicillium expansum representa o principal agente deteriorante, que além de colonizar o fruto e causar dano à polpa, produz a patulina, micotoxina teratogênica e possivelmente cancerígena em camundongos de laboratório. Considerando o antagonismo e degradação de patulina detectados em Pichia membranifaciens e Sporobolomyces roseus no estudo preliminar, este trabalho avaliou o efeito antagônico de Pichia ohmeri 158 no desenvolvimento de Penicillium expansum e a degradação de patulina ?in vitro?. A patulina remanescente foi quantificada por cromatografia líquida de alta eficiência, utilizando coluna C18 de fase reversa, previamente equilibrada com acetonitrila/água 5:95. A eluição foi conduzida a fluxo de 1,5 mL/min. em 30 min. e o perfil cromatográfico monitorado por detector UV a 275 nm. Os limites de detecção e de quantificação da técnica foram 6,7 ng/mL e 0,03 μg/mL, respectivamente. O sobrenadante do cultivo de P. ohmeri 158 inibiu 66,17% do desenvolvimento micelial, indicando antibiose relacionada ao fator killer. A concentração inicial de patulina (223 μg) na presença de células íntegras de P. ohmeri foi reduzida em mais de 83% após dois dias de incubação a 25ºC e superior a 99% após 5 dias, com níveis indetectáveis no 15º dia. O decréscimo do pH 4,0 inicial para pH 3,3 sugeriu que a eliminação de patulina é um processo ativo e uma conseqüência do metabolismo da levedura. De acordo com os resultados obtidos, conclui-se que a efetividade simultânea de P. ohmeri 158 na redução de patulina consolida as perspectivas de aplicabilidade de leveduras no controle biológico, garantindo o fornecimento de produtos derivados isentos de micotoxina.