Religiao e Politica na Argentina

PABLO SEMÁN ; ELOISA MARTÍN

Religiao e Politica no Cone Sul: Argentina, Brasil e Uruguai

PRONEX/Attar

Lugar: Sao Paulo; Año: 2006; p. 33 - 73

Tradicionalmente as relações entre a Igreja Católica e o Estado na Argentina têm sido caracterizadas pelo status preferencial do catolicismo como religião oficial, pela opinião e a incidência em questões que a Igreja considera de sua ingerência na prática de governo e por um jogo de legitimações mútuas entre dirigentes políticos e eclesiais. Durante o governo de Néstor Kirchner, iniciado em maio de 2002, chama a atenção uma série de eventos que geraram conflitos, cada vez mais agudos, entre a Igreja e o governo e que pareceram alcançar seu ápice quando, por causa de suas declarações, o bispo castrense foi ?despedido? pelo presidente. A análise desse último conflito nos permite afirmar que se produziu uma reformulação no cenário e no dispositivo institucional em que são organizadas as relações entre Igreja e Estado na Argentina dos tempos atuais. Neste trabalho, exploraremos esse evento para mostrar como esta recomposição modifica a tradicional relação de simbiose entre as duas instituições.