INVESTIGADORES
ROCCA RIVAROLA Maria Dolores
capítulos de libros
Título:
O anticomunismo no apelo antipetista de Jair Bolsonaro (2018-2022)
Autor/es:
ROCCA RIVAROLA, DOLORES
Libro:
Dimensões do anticomunismo no Brasil: novos estudos e perspectivas de análise.
Editorial:
Editora da Universidade Federal do Maranhão/EDUFMA
Referencias:
Lugar: Grajaú; Año: 2023; p. 383 - 402
Resumen:
Este artigo procura refletir sobre o lugar do anticomunismo no apelo político de Jair Bolsonaro entre sua campanha presidencial de 2018, com a qual chegou ao poder no Brasil, e sua tentativa fracassada de reeleição em 2022. Isto, interpretando essa mobilização simbólica do anticomunismo como parte de uma dupla matriz assumida pelo antipetismo num terceiro momento da história recente. Como foi sugerido em um trabalho anterior (ROCCA RIVAROLA, 2020), o antipetismo ou rejeição do Partido dos Trabalhadores (PT) - em termos eleitorais e de mobilização ativa - teve três "momentos" entre 1989 e 2018. Em um primeiro momento, em 1989, na campanha para o segundo turno das eleições presidenciais, o antipetismo teria sido alimentado por uma matriz anticomunista, nas tentativas de Collor de Mello de associar o partido à violência, ao fanatismo e ao bloco do Leste Europeu já em crise. Em um segundo momento, após o triunfo de Lula em 2002, esta matriz anticomunista do antipetismo foi diluída e substituída por outra: a crítica à corrupção. O apelo antipetista passou a postular ao PT como uma organização orientada à apropriação de recursos públicos para sua própria sobrevivência no poder. E finalmente, em um terceiro momento, com antecedentes desde 2013-2014, mas com um clímax nas eleições de 2018, as duas vertentes anteriores de antipetismo (anticomunismo e rejeição da corrupção) se fundiram radicalmente na figura de Bolsonaro, que reconfigurou a crise política e econômica em uma série de imagens, valores e animosidades. Como interpretar e inscrever aquele duplo carácter da diatribe antipetista do Bolsonaro? O que aconteceu com aquele apelo ao longo do governo Bolsonaro e na sua campanha presidencial em 2022?