Trabalhadores do teatro musicado no Rio de Janeiro e Buenos Aires dos anos 1920

GONZÁLEZ VELASCO CAROLINA; TIAGO DE MELO GOMES

Dialogos possiveis: a cultura nas ciencias humanas

UFAL-ICHCA HISTORICA

Año: 2013;

Nos anos 1920, Rio de Janeiro e Buenos Aires tinham uma variada oferta de entretenimento, na qual se sobressaíam, tanto por seu lugar simbólico como por suas dimensões materiais, os espetáculos de teatro popular: o ?gênero chico? e o teatro de revista entre os portenhos e o teatro ligeiro entre os cariocas. Esse grande cardápio crescia e se diversificava no ritmo dos processos sociais e culturais que convertiam ambas as metrópoles em cidades modernas. As semelhanças e contrastes que surgem à primeira vista entre ambos os contextos e um certo vazio na historiografia sobre esses temas motivaram o início de um diálogo em termos comparativos em torno da situação dos espetáculos e sua relação com as diversas transformações que ambas as sociedades experimentavam. Neste trabalho nos indagamos pontualmente sobre os distintos modos, para os casos portenho e carioca, em que se estruturaram as relações sociais do mundo do teatro a partir das tensões e sentidos que condicionaram a definição como artistas e/ou trabalhadores do espetáculo, a emergência de conflitos e a criação de organizações de classe, bem como a relação entre essas definições e as práticas políticas e a cultura política urbana daqueles anos. Ao colocar em relação os casos do Rio de Janeiro e de Buenos Aires, o objetivo é dar o primeiro passo para um estudo mais amplo que, focalizando de maneira conjunta ambos os casos, permita contrastá-los e olhar de forma mais complexa para cada um, em relação aos processos de transformação que ambas as cidades viviam