BECAS
ROSA SANTORO FlÁvia
congresos y reuniones científicas
Título:
Testando uma hipótese da Etnobiologia Evolutiva sobre o conhecimento de plantas medicinais para tratar malária no continente africano
Autor/es:
FLÁVIA ROSA SANTORO; DOS SANTOS, GILNEY CHARLL; FERREIRA JÚNIOR, WASHINGTON SOARES; DA SILVA CHAVES, LEONARDO; ARAÚJO, THIAGO ANTONIO SOUSA; NASCIMENTO, ANDRÉ LUIZ BORBA; SOBRAL, ANDRÉ; SILVA, JOSIVAN SOARES; CAMPOS, JULIANA LOUREIRO ALMEIDA; ALBUQUERQUE, ULYSSES PAULINO
Reunión:
Congreso; XVI Congress of the International Society of Ethnobiology; 2018
Institución organizadora:
Universidade Federal do Para
Resumen:
Um dos grandes exemplos de processos coevolutivos gene-cultura é a conhecida hipótese da malária, que descreve o processo de como populações africanas, ao abrirem clareiras em florestas para práticas agrícolas, contribuíram para a proliferação do vetor da malária, criando um ambiente de pressão seletiva que favoreceu o aumento na frequência do gene da anemia falciforme. O cenário dessa hipótese nos levou a formular outras questões: A adaptação genética de populações com histórico de contato com a malária reflete no conhecimento de plantas medicinais nessas populações? As alterações ambientais e a incidência de malária resultam em uma resposta adaptativa dos sistemas médicos locais dessas populações? Utilizamos bases de dados do Malaria Atlas Project (www.map.ox.ac.uk) e da Food and Agriculture Organization of the United Nations (www.fao.org) e realizamos uma revisão sistemática de estudos etnobotânicos sobre plantas medicinais no continente africano. Consideramos a variação na riqueza de plantas medicinais antimaláricas dos sistemas médicos locais como medida de resposta às pressões seletivas que elencamos como variáveis preditoras: a proporção alélica do gene da anemia falciforme; a incidência da malária antes e depois da implementação de políticas de controle da doença; e as taxas de desmatamento florestal. Não identificamos relação de causa e efeito das variáveis sobre os sistemas médicos. No entanto, uma de nossas análises mostrou que houve aumento na riqueza de plantas medicinais nas regiões em que havia maior incidência da malária em um tempo anterior às ações governamentais de controle dessa doença. Nossos resultados sugerem que os sistemas médicos locais são conservativos, como apontam outros estudos, respondendo a incidências do passado. Além disso, mostramos que as políticas de controle de malária se destacam como um importante fator na dinâmica do conhecimento médico local nessa intrincada relação evolutiva entre fatores culturais e ambientais.