Tempo e esforço. A habitação social como objeto de propaganda institucional das ditaduras militares argentinas

GOMES GABRIELA

Memória e história: questões para o tempo presente

Letra &Voz

Lugar: São Paulo; Año: 2022;

Neste capítulo analisaremos os usos propagandísticos dos projetos de habitação social na programática ditatorial das ditaduras institucionais das Forças Armadas: a autodenominada “Revolução Argentina”, liderada por Juan Carlos Onganía – líder do golpe de Estado que derrubou o governo de Arturo Illia (1963-1966) –, e o autodenominado “Processo de Reorganização Nacional” (1976-1983). Interessa-nos indicar quais foram os sujeitos sociais para os quais esteve direcionada a política de habitação social e o uso que as ditaduras fizeram mediante sua propaganda oficial focada em mostrar sua ação social.Consideramos relevante analisar a produtividade das ditaduras, ou seja, ponderar a respeito da seleção dos feitos históricos e o tipo de discurso social que buscaram instalar (Gamarnik, 2017). Observaremos os discursos presentes em um corpus variado de fontes documentais, curtas-metragens, panfletos institucionais e jogadas publicitárias produzidas por organismos oficiais com fins estritamente propagandísticos.