Duas noções de analogia na filosofia crítica de Kan

MARTÍNEZ, LUCIANA

Congreso; VIII Congresso da Sociedade Kant Brasileira; 2024

A filosofia transcendental explora duas noções para apresentar dois tipos de princípios. Por um lado, certos princípios de entendimento puro nos quais a faculdade determinante de julgar estabelece relações temporais objetivas da multiplicidade sensível são analógicos. As analogias da experiência nos permitem determinar a priori as relações temporais necessárias e objetivas do múltiplo, mas não nos permitem estabelecer os conteúdos materiais que devem ser dados na sensibilidade para serem conhecidos por nós. Nesse sentido, as analogias qualitativas da experiência distinguem-se das analogias matemáticas em virtude do fato de que, embora forneçam certo conhecimento, não permitem uma construção a priori de um elemento que, ao contrário, deve ser dado na sensibilidade. As analogias do juízo reflexivo, por outro lado, nos permitem pensar sobre a relação de Deus com o mundo e forjar um conceito indeterminado do primeiro. Elas nos ensinam mais sobre as condições específicas de nossa finitude do que sobre a natureza de uma coisa que não é um objeto de experiência possível para nós. Assim como as analogias lógicas, elas fornecem um mecanismo para inferir propriedades desconhecidas de algo. Diferentemente das analogias lógicas, elas se referem a um tipo de entidade que não pode ser encontrada no mesmo gênero do qual é comparada, portanto, fornecem uma caracterização negativa da coisa.