O “status” do Ensino de Nematologia na América Latina

DEL VALLE, ELEODORO EDUARDO

Brasilia

Congreso; XXIX Congresso Brasileiro de Nematologia; 2011

Sociedade Brasileira de Nematologia

O objetivo do trabalho foi caracterizar a situação atual do ensino de Nematologia nos cursos de Agronomia de Universidades da Argentina, Chile, Paraguai e Uruguai. Foi enviado aos professores que lecionam Nematologia agrícola um questionário elaborado para detectar a qualidade do ensino nos diferentes cursos. Adicionalmente, o questionário aplicado procurava detectar os motivos que comprometem o ensino, como assim também, os aspectos que precisam ser melhorados para aperfeiçoar o ditado da disciplina. Participaram do estudo 14 universidades da Argentina, 6 do Chile, 4 do Paraguai e a única do Uruguai. O número de instituições que colaboraram no estudo concederam representatividade nos resultados obtidos nos 4 países, já que são responsáveis pela formação  de uma alta porcentagem de engenheiros agrônomos nos seus respectivos países. Das análises dos questionários desprende-se que na totalidade dos planos de estudo pertencentes às universidades avaliadas o ensino de Nematologia é incluído como parte das disciplinas Fitopatologia ou Zoologia Agrícola. Nenhuma universidade contempla a Nematologia como disciplina própria e somente uma oferece a mesma como optativa. A maior parte dos professores são engenheiros agrônomos e possuem alguma formação de pós-graduação (15% especialização, 48% mestrado e 37% doutorado). Quando se considera o tópico abordado nas teses de pós-grado observa-se que uma percentagem inferior a 50% foram relacionadas com nematóides. Praticamente todos os professores que participaram do estudo atuam simultaneamente no ensino de grado, pós-grado e pesquisa. No entanto, a porcentagem de projetos estudando nematóides é inferior a 30%. O ensino de Nematologia em relação à demanda dos engenheiros agrônomos foi avaliado como apropriado pelo 53, 29, 75 e 50 % dos professores da Argentina, Chile, Paraguai e Uruguai, respectivamente. A baixa carga horária destinada ao tópico Nematologia (aproximadamente 5% em relação à Fitopatología na maioria dos casos) foi considerada como a principal razão que compromete o ensino do mesmo nos países estudados. Portanto, muitos professores se vêem obrigados a compactar os conteúdos para que os mesmos sejam dados nas horas-aula disponíveis. Outros impedimentos observados foram infra-estrutura deficiente das instituições para aulas práticas e em menor porcentagem a falta de motivação para o estudo por parte dos alunos. Entre os aspectos que precisam ser abordados para melhorar o ensino destacam-se: a) distribuição, amostragem e processamento de amostras de solo; b) ecologia, sistemática e identificação de fitonematoídes; c) métodos de manejo e controle. No estudo foi observada uma grande variabilidade no ensino de Nematologia nos cursos de Agronomia das instituições avaliadas. Ações que possam gerar melhoras no ensino serão bem recebidas em várias instituições, principalmente naquelas onde lecionam professores não especialistas na área. Houve interesse dos professores que reconheceram falências no ensino em revisar conteúdos da área para atender as necessidades nos cursos de Agronomia. A preferência é a disponibilização de material aprofundado que possam utilizar de acordo a sua conveniência. O estudo indica a necessidade de propor mudanças no ensino da Nematologia em varias instituições, com o objetivo de que os engenheiros agrônomos formados possam, efetivamente, atender a demanda de conhecimento na área e na região que atuam.