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O FCC durante toda a sua história foi um processo voltado para a maximização de gasolina de alta octanagem. Em vários países, incluindo o Brasil, o mercado de gasolina perdeu importância em relação ao mercado de diesel obrigando as refinarias a adotarem esquemas de refino que favoreçam este produto. Por outro lado, a necessidade de conversão nas refinarias continua a existir e o FCC ainda é uma alternativa interessante, mesmo num esquema de refino voltado para diesel. É necessário, no entanto, alterar o perfil de produtos e a seletividade do FCC, buscando a minimização de aromáticos no LCO para garantir um cetano alto o suficiente e uma densidade mais baixa que permitam a sua incorporação no pool de diesel da refinaria após o hidrotratamento. A manipulação da formulação tradicional do catalisador de FCC baseada em zeólita Y e matrizes ativas permite que se obtenha pequenas reduções na aromaticidade do LCO, o que representa um ganho de no máximo 5 pontos de cetano, muito pouco para reverter a diferença entre a especificação de cetano (42 no Brasil) e o valor típico do LCO (<20). Além da baixa efetividade no incremento do cetano, esta opção tem a desvantagem adicional de sacrificar a conversão de fundos, o que vai de encontro ao objetivo permanente da refinaria de minimizar a produção de óleo combustível. Para produzir um LCO de cetano substancialmente mais alto do que o atual foi preciso mudar radicalmente a filosofia do catalisador de FCC, retirando a zeólita Y da formulação e modificando a matriz de forma a neutralizar parcialmente a sua acidez. O novo catalisador tem atividade muito mais baixa do que o FCC convencional, e precisa de uma adaptação do processo para atingir rendimento de fundos suficientemente baixo, conforme exigido pela refinaria. Para tal, o tradicional craqueamento em riser foi substituído pelo craqueamento em leito com tempos de residência mais longos, assim fechando um novo ciclo da história do FCC ao adotar-se uma configuração semelhante à que tinha quando foi inicialmente concebido. Este trabalho descreve o trabalho de desenvolvimento do novo sistema catalítico realizado no Centro de Pesquisa da PETROBRAS com a cooperação da Albemarle/Amsterdam e do INCAPE/UNL de Santa Fe, Argentina.

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