INVESTIGADORES
SOIBELZON Leopoldo Hector
congresos y reuniones científicas
Título:
Revisão do registro fossilífero dos Lyncodontini (Mammalia; Carnivora; Mustelidae) brasileiros e sua importancia no reconhecimento das mudanças climático-ambientais ocorridas no Pleistoceno Tardio.
Autor/es:
RODRIGUES, S.; BERNARDES, C.; SOIBELZON, L.H.; AZEBEDO, SA; AVILLA, L.
Reunión:
Congreso; XXIII Congresso Brasileiro de Paleontologia; 2013
Resumen:
O gênero Galictis é o representante dos Lyncodontini no Brasil. Sua história evolutiva na América do Sul iniciou-se provavelmente após o Grande Intercâmbio Biótico das Américas. Duas espécies são reconhecidas: Galictis vittata, com distribuição em florestas úmidas do norte da América do Sul e América Central; e, Galictis cuja, com distribuição, principalmente em áreas abertas, do nordeste, centro e sul do Brasil, sul do Peru, Paraguai, Chile, Uruguai e Argentina. Aparentemente, não existem áreas de simpatria. Além disso, ambas são diferenciadas pela presença de um metaconido no primeiro molar inferior em G. vittata e por seu maior porte comparado à G. cuja. O registro fossilífero destas espécies é escasso para G. cuja, com espécimes fósseis para Argentina, Chile e Brasil, e pontual para G. vittata, com um único registro para Lagoa Santa, Minas Gerais, depositado no Museu de História Natural da Dinamarca (MHND), registro esse reconhecido posteriormente como não fóssil. Apresenta-se aqui novos e os únicos registros fossilíferos de G. vittata. Esses, baseados em espécimes mandibulares, seguramente fósseis, também de Lagoa Santa e depositados no MHND. Uma mandíbula recuperada em depósitos sedimentares da Gruta do Urso em Tocantins, é o primeiro registro fossilífero para G. cuja no Pleistoceno Tardio do Brasil. Ambos registros fossilíferos brasileiros de Galictis estão fora da distribuição atual de suas respectivas espécies. A presença de G. vittata no Pleistoceno Tardio de Lagoa Santa, estabelece o registro mais sudeste desta espécie. Isso sugere que áreas de florestas úmidas eram contínuas desde a região amazônica até, pelo menos, a região de Lagoa Santa, hoje uma parte seca e mais aberta do bioma Cerrado, conhecido como Veredas. Já o registro pleistocênico de G. cuja para o Brasil, seria o limite mais noroeste na distribuição dessa espécie na América do Sul. Isso também sugere que áreas mais secas e abertas se estenderiam durante o Pleistoceno em regiões onde hoje é um Cerrado mais úmido e de matas mais fechadas. Ambos registros fossilíferos de G. vittata  e G. cuja, também indicam drásticas mudanças climático-ambientais, o que deve ter levado a extinção destas espécies nas localidades onde hoje são registradas como fósseis.  FAPERJ, CNPQ e CAPES.