INVESTIGADORES
SOIBELZON Leopoldo Hector
congresos y reuniones científicas
Título:
Os carnívoros (Carnivora: Mammalia) fósseis registrados nas cavernas do sudeste do Estado do Tocantins: taxonomia, aspectos climáticos e ambientais no Pleistoceno Superior do Norte do Brasil
Autor/es:
RODRIGUES, S.; BERNARDES, C.; AVILLA, L.; SOIBELZON, L.H.
Reunión:
Congreso; XXII Congresso Brasileiro de Paleontologia; 2011
Resumen:
A diversidade de espécies da mastofauna sul-americana atual está relacionada com o evento biogeográfico denominado Grande Intercâmbio Biótico das Américas (GIBA). Este evento, ocorrido graças ao soerguimento do Istmo do Panamá hace unos 3.5 Ma, é marcado por um grande fluxo faunístico. Dentre estes, destacam-se os mamíferos da ordem Carnivora, composta por membros das famílias Canidae, Felidae, Ursidae, Procyonidae, Methitidae e Mustelidae. Embora o registro fossilífero para esse grupo seja escasso, o estudo da fauna de predadores é de extrema importância para a reconstrução de ecossistemas pretéritos e compreensão dos atuais. Dessa forma, foram coletados e reconhecidos diversos elementos ósseos e dentários de carnívoros em duas cavernas do Município de Aurora do Tocantins, Estado do Tocantins, Brasil (12°42'47"S; 46°24'28"W): Gruta dos Moura e uma gruta ainda não nomeada, que vamos nos referir aqui como Gruta “sem nome”. Todo o material analisado foi fotografado, preparado mecanicamente e posteriormente catalogado para identificação. O processo de reconhecimento dos espécimes baseou-se na comparação com exemplares da coleção zoológica do Museu Nacional do Rio de Janeiro (MN), Museo de La Plata (MLP, Argentina), Museo Argentino de Ciencias Naturales ‘‘Bernardino Rivadavia” (MACN, Buenos Aires, Argentina) e através de literatura especializada. Dentre os táxons identificados para a Gruta dos Moura estão: Arctotherium wingei, Panthera onca, Procyon cancrivorus, Puma concolor e um canídeo não identificado. Para a Gruta “sem nome” registraram-se: Lyncodon e Panthera onca. Dentre esses carnívoros registrados, todos, com exceção de A. wingei e Lyncodon, são encontrados atualmente na região de estudo. Pois, o primeiro se extinguiu no final do Pleistoceno, e o segundo, tem aqui o seu primeiro registro para o Brasil. Além disso, com base em análises comparativas observaram-se que o exemplar de Panthera onca da Gruta “sem nome” possui um tamanho maior do que os membros dessa espécie na atualidade. Por seu grande tamanho pode-se associar o espécime supracitado a sub-espécie P. onca mesembrina, registrada para o Pleistoceno terminal/Holoceno do sul da Argentina. A associação de P. onca mesembrina e Lyncodon, ambos com registros em localidades reconhecidamente de ambientes áridos a semi-áridos para o final Pleistoceno da Argentina, pode ser um indicador de que no passado o entorno das cavernas de Tocantins apresentavam ambientes similares. O presente estudo foi subsidiado pelo CNPq no projeto “Os Mamíferos fósseis do Quaternário do Estado do Tocantins: Diversidade e Aspectos Paleoambientais” (401812/2010-3). [Bolsa de mestrado CAPES].