INVESTIGADORES
GELFO Javier Nicolas
congresos y reuniones científicas
Título:
Paleodieta de Macrauchenia patachonica Owen, 1838 (Mammalia: Litopterna) com base na análise de fitólitos dos cálculos dentários
Autor/es:
LIDIANA ASEVEDO; LARYSSA MATOS; MARCIA R. CALEGARI; KAROLINY DE O. NASCIMENTO; DIMILA MOTHÉ; GELFO J. N.; LEONARDO DOS S. AVILLA
Reunión:
Congreso; XXV Congresso Brasileiro de Paleontologia; 2017
Resumen:
Macrauchenia patachonica Owen, 1838 é um ungulado extinto endêmico da América do Sul, com ocorrência para o Pleistoceno do sul do Brasil, Argentina e Uruguai. Pouco se sabe sobre sua paleoecologia, já que estudos sobre sua paleodieta são escassos, e geralmente restritos às análises isotópicas, configurando uma análise indireta e pouco qualitativa. Essasanálises sugerem padrões alimentares de plantas C3 e mistas C3/C4, e, divergem sobre as inferências paleoambientais dos habitats ocupados pela espécie. Assim, o presente estudo realiza uma abordagem inédita e visa reconhecer os itens alimentares consumidos por M.patachonica através da identificação direta e quantitativa de assembleias de fitólitos preservados no cálculo dentário (tártaro). Coletou-se amostras de tártaro de um p4, m1, m2 e m3 de um ramo mandibular esquerdo do espécime MLP 12-1454, depositado na coleção paleontológica do Museo de La Plata, Argentina. Para a preparação química foi utilizado HCl a 10% e, posterior confecção de lâmina permanente para observação dos microfósseis através de microscopia óptica (400x). Grande parte dos morfotipos fitolíticos reconhecidos representam plantas herbáceas, onde a mais frequente é Poaceae (72,3%). Dentre esses,destacam-se morfotipos C3 Pooideae (Rondel e Trapeziform: 33,7%), embora morfotipos C4 Panicoideae (Bilobate: 5,7%) e Choloridoideae (Saddle: 4,5%), também puderam ser observados. Apenas 27,2% dos morfotipos identificados pertencem a plantas arbóreas (Block: 13,4% e Globular rugose/psilate: 7,2%), e coincide com a presença do pólen de Malpighiaceae (0,06%). Tais resultados sugerem que esse indivíduo tinha uma dieta mista com tendência pelo consumo de plantas C3. O paleoambiente possivelmente era caracterizado pela presença de pradarias com domínios C3 e fragmentos de mata. A grande representatividade de morfotipos Pooidae sugere clima frio e úmido/hidromórfico. No entanto, a baixa percentagem de espículas de esponja (0,2%) e diatomáceas (0,3%) podemsugerir pouca ingestão de água. Parte dessas interpretações paleoambientais não corrobora estudos prévios, que sugerem que M. patachonica na Província de Buenos Aires habitava exclusivamente ambientes áridos. Apesar da técnica utilizada recuperar evidências diretas da alimentação (restos de vegetais fossilizados aprisionados no tártaro), ainda são necessarias a adição de novas amostras, e de outras metodologias corroborativas, subsidiando resultados mais precisos.