IDACOR   23984
INSTITUTO DE ANTROPOLOGIA DE CORDOBA
Unidad Ejecutora - UE
artículos
Título:
(Reseña) Vanzolini, Marina. 2015. A flecha do ciúme. O parentesco e seu avesso segundo os Aweti do Alto Xingu. Terceiro Nome, São Paulo. 374 p.
Autor/es:
PAZZARELLI, FRANCISCO
Revista:
R@U. Revista de Antropologia da USFCar
Editorial:
Universidade Federal de Sao Carlos
Referencias:
Lugar: Sao Carlos; Año: 2017 vol. 9 p. 237 - 239
ISSN:
2175-4705
Resumen:
O livro de Marina Vanzolini traz várias coisas para o leitor. Por um lado, A flecha do ciúme nos apresenta uma detalhada etnografia sobre as formas em que as relações entre parentes e não parentes são pensadas sob a óptica dos Aweti, povo falante de língua tupi que vive no Alto Xingu. Por outro lado, desenvolve os fazeres da feitiçaria como aqueles que põem em tensão essas redes ao intervir negativamente sobre elas. Finalmente, longe de qualquer interpretação simplista, Vanzolini nos mostra que a feitiçaria, o avesso do parentesco, fabrica as diferenças internas aos grupos sem as quais seria impossível pensar a própria parentela xinguana. Porém, este percurso assim apresentado não condiz exatamente com a forma, muito mais elegante, na qual os argumentos são colocados no livro. Desde a sua Introdução, se nos alerta sobre a dificuldade de pensar a feitiçariadescolada das experiências que definem a vida cotidiana entre parentes, sejam aqueles definidos pelo compartilhamento cotidiano de substancias (identificados no regime da ?mutualidade do ser?, cf. Sahlins) ou aqueles definidos nas relações de troca (cf. Wagner). Ao longo dos capítulos, essas relações são desenvolvidas com muita maestria pela autora, mostrando que tudo -inclusive o que à primeira vista não parece-, tem uma dobradinha na qual assoma aquele avesso feiticeiro. Como lembra o prefácio de Renato Sztutman: ?o Diabo mora nos detalhes?