INVESTIGADORES
APALDETTI Graciela Cecilia
congresos y reuniones científicas
Título:
Avanços recentes na filogenia dos sauropodomorfos basais e suas implicações macroevolutivas
Autor/es:
BITTENCOURT, JONATHAS; APALDETTI, CECILIA; LEAL, LUCIANO
Lugar:
Recife
Reunión:
Simposio; VIII Simpósio Brasileiro de Paleontologia de Vertebrados; 2012
Institución organizadora:
Sociedade Brasileira de Paleontologia
Resumen:
O número de espécies descritas de sauropodomorfos para o intervalo Triássico-Jurássico tem aumentado significativamente nos últimos anos, porém a filogenia do grupo ainda é controversa, especialmente com respeito aos táxons mais diretamente associados à origem do clado no Carniano, à inclusividade de Plateosauridae e às inter-relações de saurópodes basais. Por outro lado, diversas técnicas de consenso têm sido empregadas na busca de maior resolução às múltiplas topologias recuperadas em análises cladísticas, permitindo explorar aspectos macroevolutivos em geral pouco aplicados à filogenia dos dinossauros (e.g. consistência estratigráfica, evolução em mosaico, biogeografia). Uma base de dados para Sauropodomorpha (59 táxons, 361 caracteres) foi erigida a partir de matrizes previamente publicadas, objetivando maximizar a amostragem de táxons. Diversas espécies recentemente descritas da Índia, Brasil e Argentina foram, pela primeira vez, inseridas numa mesma base de dados, e o gênero Unaysaurus foi recodificado. O consenso estrito das 1760 árvores mais parcimoniosas (MPTs) encontradas na análise numérica (RAS+TBR) mostra diversas politomias associadas aos grupos basais de Sauropodomorpha e Sauropoda. As primeiras englobam outros saurísquios não sauropodomorfos, o que está associado às controvérsias recentes sobre o posicionamento de Eoraptor, Guaibasaurus e Agnosphitys. Confirmando análises prévias, Plateosauridae está restrito às espécies de Plateosaurus, e Unaysaurus está posicionado em Massopoda, como grupo irmão de um clado composto por Sarahsaurus e Ignavusaurus, do Jurássico dos EUA e África do Sul, respectivamente. Esta última hipótese é biogeograficamente mais consistente, já que não pressupõe uma conexão exclusiva entre América do Sul e Europa no fim do Triássico. As MPTs foram submetidas aos algoritmos iterative PCR e agreement subtree, que resultaram na melhoria da resolução da topologia, ao custo da depleção de 11 e 14 táxons terminais, respectivamente. A topologia totalmente dicotômica resultante da aplicação do agreement subtree apresentou índices significativamente altos de consistência estratigráfica (RCI, GER > 0,6). Após calibração dessa filogenia com o tempo geológico, foi observada maior frequência de nós para o Triássico Superior do que para o Jurássico, o que pode estar associado a uma maior diversidade no período, amostragem ou critérios para adequação da filogenia à escala de tempo. A quantificação de sinapomorfias (divididas em partições anatômicas) em cada nó da topologia totalmente dicotômica revelou um mosaico no qual predominam as modificações na cintura e membros pélvicos, especialmente fêmur. Na origem de Neosauropoda e de alguns clados basais de Massopoda, as modificações cranianas são predominantes. A dentição mostrou-se, em geral, conservativa ao longo do tempo, sugerindo pouca variação de hábito alimentar na evolução dos sauropodomorfos. Os resultados exemplificam diversas ferramentas de análise que podem ser acopladas à análise filogenética após a obtenção de MPTs.