Politização da cultura e participação social entre Brasil e Argentina: territórios e memórias em disputa

RENATA DE SÁ GONÇALVES, JULIETA INFANTINO

ANTROPOLITICA

Programa de Pós-graduação em Antropologia (PPGA) da Universidade Federal Fluminense

Lugar: Niteroi; Año: 2018 vol. 45 p. 11 - 20

1414-7378

Nas últimas décadas, passamos por um processo de ampliação e pluralização do conceito de "cultura", que transcende a disciplina antropológica e a própria academia. De concepções idealizadas, essencialistas e restritas, passamos a conceber a noção de cultura de maneira ampliada, destacando sua diversidade, seus usos e interseções com outros âmbitos, como o econômico e o político. Os artigos reunidos neste dossiê1 buscam problematizar, a partir de situações empíricas de pesquisa especialmente no Brasil e na Argentina, como as produções culturais de diversos grupos sociais, nesses dois países, renovam e mobilizam memórias, conhecimentos e recursos políticos, culturais, organizativos, econômicos e identitários, dando visibilidade a novas disputas dentro do espaço público. Neste campo de negociações, os setores historicamente subalternizados, jovens da periferia urbana (ADERALDO, 2017), grupos indígenas (CRESPO, 2013a), artistas populares (MOREL, 2011), grupos étnicos (VASSALLO; CICALO, 2015; BITTER, 2015) acionam e se organizam coletivamente por meio de associações e projetos culturais em resposta a políticas e projetos de modernização de cidades e territórios.