Do deserto ao gabinete

MAILHE, ALEJANDRA

Belo Horizonte

Conferencia; CONFERENCIA ESPECIAL PARA DOCTORADO EN HISTORIA; 2010

Universidade Federal de Minas Gerais

A definição da Argentina como uma nação “branca e de cultura européia” se consolida no final do século XIX. A “Campanha ao Deserto” joga um papel chave na criação das condições necessárias para reforzar essa construção identitária que conduz à celebração eufórica do primeiro Centenário. Esse mito, que ainda deve ser desarticulado criticamente, organiza-se em base aos discursos que, para 1910, concebem o território como o fundamento exclussivo da nacionalidade (em contraste com países como México, que na época articulam sua identidade a partir da genealogia pre-hispánica). Essa palestra procura refletir sobre alguns discursos producidos na passagem “do deserto ao gabinete”, da Campanha de Roca ao Centenário, na conversão do indígena em objeto de conhecimento (e repressão) por parte da incipiente antropologia nacional. Nessa perspectiva, a comparação com o México visa sublinar alguns limites e contradições específicos do caso argentino.