INVESTIGADORES
CARLINI Alfredo Armando
congresos y reuniones científicas
Título:
Sobre A Provável Presença De Glyptatelinae (Cingulata, Xenarthra) Para O Pleistoceno Da Planície Costeira Do Rio Grande Do Sul, Brasil.
Autor/es:
RIBEIRO, A.M., G. SCILLATO-YANÉ, A. A. CARLINI, C. SCHERER, R. P. LOPES.
Lugar:
NEUQUÉN
Reunión:
Congreso; III Congreso Latinoamericano de Paleontología de Vertebrados; 2008
Resumen:
Os registros de Cingulata na Planície Costeira do Rio Grande do Sul são bastante expressivos, abrangendo elementos das famílias Pampatheriidae, Dasypodidae e Glyptodontidae. Há duas áreas principais de ocorrência: no Arroio Chuí e na Plataforma Continental. No Arroio Chuí foram registradas quatro espécies de Glyptodontidae (Glyptodon reticulatus, G. clavipes, Doedicurus clavicaudatus e Panochthus tuberculatus; Oliveira et al. 2005), associados a outros elementos faunísticos que indicam Idade Lujanense. Na Plataforma, contudo, os fósseis são encontrados retrabalhados, sem contexto estratigráfico, ocorrendo alguns táxons que na Região Pampeana de Buenos Aires são registrados apenas no Ensenadense e Bonaerense. Dos Glyptodontidae, neste depósito já foram registrados as subfamílias Glyptodontinae (Glyptodon clavipes, G. reticulatus), Doedicurinae (Doedicurus sp.), e Hoplophorinae com as tribos Neuryurini (Neuryurus cf. N. rudis), Neothoracophorini (Neothoracophorus elevatus e cf. N. depressus) e Panochthini (Panochthus tuberculatus) (Pitana & Ribeiro 2003, 2004). Novos espécimes estudados, depositados no Museu de Ciências Naturais da Fundação Zoobotânica do RS, indicariam também a presença da subfamília Glyptatelinae para o RS. São três osteodermos isolados (MCN PV 5279, 5281 e 6249), que apresentam comprimento entre 17-23,3mm, largura entre 18,7-24,3mm e espessura entre 8-9,8mm. Possuem contorno penta, hexa e heptagonal, sendo a superfície rugosa e com pontuações; a figura central é projetada posteriormente, as figuras periféricas são menores e em número de três a seis, separadas da figura central por um sulco principal, e separadas entre si por sulcos radiais evidentes. Os foramens pilosos são em número de dois a quatro, localizados nas intersecções do sulco principal e sulcos radiais. A morfologia é similar à de Propraopus grandis, porém o tamanho dos osteodermos, inclusive a espessura, é notavelmente maior. Por outro lado, os espécimes são similares aos observados no material pleistocênico da Venezuela referido por Rincón (2003, fig. 7) como Glyptatelinae indet. Esta subfamília é mais bem conhecida no Terciário, sendo registrada na Argentina (Mustersense e Deseadense), Bolívia (Deseadense), Colômbia (Laventense) e Uruguai (Huayqueriense). No Plio-Pleistoceno dos Estados Unidos há o registro de Pachyarmatherium leiseyi (Downing & White 1995) e no Neopleistoceno do Nordeste do Brasil de Pachyarmatherium (Porpino et al. 2008), sendo que este gênero não é considerado um Glyptodontidae por estes autores, ao contrário de Vizcaíno et al. (2003) e Rincón (2003). Pelo fato de o material do RS ser muito escasso impossibilita uma atribuição genérica e uma discussão detalhada, mas pela sua morfologia e tamanho, distinta de todos os demais cingulatas registrados no RS e, similar ao Glyptatelinae do Pleistoceno da Venezuela, ele é aqui considerado tentativamente como pertencente a esta subfamília, cuja presença é a mais austral para este período.